A Marinha do Brasil, em continuidade às ações que visam dar suporte ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), enviará ao continente antártico o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel e o Navio Polar Almirante Maximiano, iniciando a XXXIII Operação Antártica (OPERANTAR).
O Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel e o Navio Polar Almirante Maximiano desatracarão da Base Naval do Rio de Janeiro, localizada na Ilha de Mocangue, s/nº – Centro – Niterói, RJ, nos dias 06 e 11 de outubro. O regresso dos Navios está previsto para abril de 2015, após operar no continente Antártico realizando diversas escalas nos portos de Rio Grande, Ushuaia (Argentina), Punta Arenas (Chile), Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina).
OS NAVIOS
O Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel (H-44), também conhecido como “Gigante Vermelho”, foi construído no estaleiro Hoylandsdygo-George Ei Des Sonner A/S, na Noruega, tendo sido incorporado à Marinha do Brasil em 1994. Está preparado para navegação em regiões polares e para a operabilidade em campos de gelo fragmentado (catalogado como Ice Class 1A1 pela Sociedade Classificadora Det Norske Veritas). O Navio está na sua 21ª comissão austral sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra SÉRGIO LUCAS DA SILVA.
O “Gigante Vermelho” possui dois laboratórios para apoio à pesquisa e dois porões com capacidade de 1.254 m³ para o transporte de carga. É dotado de equipamentos de navegação e de apoio tais como guincho oceanográfico e geológico, arco de popa, ecobatímetros para pequenas e grandes profundidades, GPS e uma estação de acompanhamento de informações meteorológicas.
Carinhosamente chamado de “Tio MAX” pela tripulação, o Navio Polar Almirante Maximiano (H-41), foi construído em 1974, no estaleiro Todd (EUA), tendo sido comissionado como Navio de apoio (Supply Vessel) às plataformas de petróleo no Mar do Norte e incorporado a Marinha do Brasil em 03 de fevereiro de 2009. Está em sua 6ª comissão austral sob o comando do Capitão-de-Mar-e-Guerra JOSÉ BENONI VALENTE CARNEIRO.
Preparado para navegação em regiões polares, o Navio possui guincho geológico capaz de coletar amostras do assoalho marinho em profundidades de até 10.000 metros; Gravímetro; guincho oceanográfico que opera em profundidades de até 8.000 metros; cinco laboratórios; estação meteorológica; sistema de posicionamento dinâmico (DP) que permite manter-se imóvel em determinada latitude e longitude; ecobatímetro multifeixe; perfilador de corrente marinha (ADCP); perfilador de sedimentos do subsolo marinho (SBP); e quatro embarcações infláveis.
Os Navios executam as tarefas de apoio logístico aos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE) da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e aos projetos de universidades brasileiras, nas áreas de Oceanografia e Hidrografia, Biologia, Geologia, Antropologia e Meteorologia, realizando levantamentos oceanográficos, coletas de amostras de água e solo marinho, estudo das aves, pesquisas geológicas nas ilhas do arquipélago das Shetland do Sul e península antártica, além de observações meteorológicas e do comportamento das massas de água na região, que tanto influenciam o clima do planeta.
Para cumprir tais tarefas, os Navios transportam helicópteros modelo Esquilo bi-turbina e Destacamentos Aéreos Embarcados (DAE), composto por militares do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1). Contam, também, com o apoio de equipes de mergulhadores, oriundos da Força de Submarinos da Esquadra Brasileira, aptas a realizar suas tarefas nas geladas águas antárticas.
PROANTAR
Marcado pela pesquisa e pela produção científica, o PROANTAR teve início em 1982, com a aquisição do já desativado Navio de Apoio Oceanográfico “Barão de Teffé”, pelo então Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra MAXIMIANO EDUARDO DA SILVA FONSECA, que empresta seu nome a um dos atuais navios polares. Desde então, o Brasil mantém presença constante no continente antártico por meio dos Navios e da tripulação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) que, nesse momento, ocupam provisoriamente os Módulos Antárticos Emergenciais (MAE), até a finalização da construção da nova estação antártica brasileira que substituirá a original destruída por um incêndio em outubro de 2012.
Para desenvolver esta complexa e extensa operação realizada regularmente pela Marinha do Brasil, a OPERANTAR só se faz possível graças à ação coordenada de diversas Organizações, com destaque para a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), responsável pelo Programa, que com seu planejamento minucioso e criterioso emprego dos meios disponíveis contribui para o elevado conceito do nosso País na “comunidade antártica”.
A Marinha do Brasil materializa, mais uma vez, dessa forma, por meio da OPERANTAR XXXIII, o reconhecimento da nação brasileira quanto à necessidade da manutenção da presença do Brasil no continente antártico e da importância da ampliação do Programa Antártico Brasileiro, como instrumento estratégico fundamental, para a garantia do direito do país participar das decisões sobre o futuro daquela região.
É, portanto, movidos pelo dever de bem cumprir essa missão e pelo orgulho de ostentar a bandeira brasileira nas águas autrais, que mais uma vez, as tripulações do “Tio Max” e do “Gigante Vermelho” se farão ao mar para realizar a OPERANTAR XXXIII.
FONTE: 1ºDN