Por Luiz Padilha e Guilherme Wiltgen
O ex-NAe São Paulo (A 12) foi adquirido pela Marinha do Brasil em setembro de 2.000 pelo valor simbólico de 12 milhões de dólares, e foi recebido pela Marinha do Brasil em 15 de novembro desse mesmo ano no porto de Brest, na França, quando ocorreu sua incorporação através da Mostra de Armamento.
O navio foi construído ente 1957 e 1960, sendo batizado Foch (R 99).Na Marinha do Brasil, o porta aviões participou de diversas comissões, uma delas internacional, a ARAEX VI em 2002, onde o navio pode receber as aeronaves da Armada Argentina com lançamentos e recolhimentos dos Super Étendard e S-2T Turbo Tracker, além do embarque dos helicópteros Alouette III, FENNEC AS555 e SH-3 Sea King.
Da parte da Marinha do Brasil, nossos caças AF-1 (A-4 Skyhawk) eram lançados e recolhidos com os os helicópteros UH-12 e UH-14 operando como Pedro e Paulo.
Acidente em 2005
No início de Maio de 2005, acompanhei de perto os testes com a catapulta lateral, que seria utilizada para o lançamento dos caças AF-1, no exercício seguinte. Os testes correram de acordo com o esperado e tudo estava pronto para mais um exercício com a Aviação Naval.
15 dias depois, precisamente no dia 17 de Maio, o navio suspendeu para dar início a uma série de pousos e decolagens com um caça AF-1. A aeronave decolou da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia e estava se aproximando do navio, quando a rede de vapor foi preparada para utilização do aparelho de parada, ocorreu o rompimento da tubulação na padaria, liberando vapor em altíssima temperatura.
Devido a pressão positiva, que levava o ar refrigerado para as partes mais baixas onde o calor é mais alto, o vapor superaquecido foi direto para o compartimento do quadro elétrico, local onde havia um militar monitorando a parte elétrica do navio, ocasionando graves queimaduras em 11 militares, ocasionando o óbito do 3º Sargento Anderson Fernandes do Nascimento. Os demais feridos foram evacuados de helicópteros para o Hospital Naval Marcílio Dias.
Devido a este acidente, o navio passou por um PMG longo e demorado, só retornando ao mar em 30 de outubro de 2007, para realizar testes de máquinas e verificação de tudo o que tinha sido revisado. Mas, infelizmente, o histórico de problemas que o navio tinha, acabou por colocá-lo em uma situação difícil para a Esquadra, pois a cada reparo, surgiam outros problemas e assim, o navio acabou permanecendo mais tempo atracado que operando, ao contrário do que a Marinha desejava.
Embarque no NAe São Paulo
Em 2011, por ocasião das comemorações da Independência, os hoje editores do DAN embarcaram no NAe São Paulo para participar de exercícios aéreos com os helicópteros e da Parada Naval do Sete de Setembro, que foi realizada entre a Barra da Tijuca e a Baia da Guanabara.
O GT foi formado pelas Fragatas Niterói (F 40) e Independência (F 44), a Corveta Barroso (V 34) e o Navio-Tanque Almirante Gastão Motta (G 23).
Na manhã do dia 7 de setembro, a Marinha do Brasil atendeu ao nosso pedido para realizar uma Fotex do NAe São Paulo com os demais navios do GT, o que foi feito bem cedo, antes dos navios se posicionarem para a Parada Naval, oportunidade que conseguimos registrar boas imagens a partir do helicóptero AH-11A Super Lynx N-4006. Nessa oportunidade única, pudemos decolar e pousar no nosso Navio-Aeródromo.
Na manhã do dia 7, também se juntaram ao GT o Navio-Hidrográfico Cruzeiro do Sul (H 38), os Navios-Patrulha Guajará (P 44) e Gurupá (P 46) e o Submarino Tamoio (S 31).
No dia 07/09/11, ocorreu o primeiro pouso a bordo do UH-15 Super Cougar N-7101.
Infelizmente, essa foi a nossa última oportunidade de estar a bordo, registrar um pouco deste complexo navio e assistir as operações aéreas embarcadas dos helicópteros da Força Aeronaval.
Após essa comissão, o NAe São Paulo em outubro de 2011 visitou pela última vez o Porto de Santos e nessa oportunidade, conseguimos organizar uma visita para nossos familiares e amigos conhecerem o NAe São Paulo.
Muito boa cobertura e mais um histórico dentro do DAN…BZ!