NPo ‘Almirante Maximiano’ efetua lançamento de veículo autônomo submarino (glider) na Antártica

Durante a 4ª fase da Operação Antártica (OPERANTAR XXXVII), ao norte do estreito de Bransfield, próximo às ilhas Shetland do Sul, na Antártica, pesquisadores embarcados no Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano”, representando o projeto “Nautilus”, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), em colaboração com a universidade britânica University of East Anglia (UEA), efetuaram o lançamento de um veículo autônomo submarino (glider), a partir de um bote do navio, recolhendo-o dois dias depois.



Com o lançamento do glider, o projeto “Nautilus” tinha como intenção realizar uma seção oceanográfica de 75 quilômetros, cruzando o estreito de Bransfield das Ilhas Shetlands do Sul à Península Antártica. Essa seção seria repetida pelo glider em torno de oito vezes, coletando dados físicos do oceano, enquanto o NPo “Almirante Maximiano”, daria suporte ao restante da equipe na realização de estações oceanográficas na região do estreito de Bransfield, estreito de Gerlache e Mar de Weddell. Com tais dados, o projeto Interbiota poderia avaliar a circulação das águas da região e estudar a interação dos parâmentos físicos na produtividade biológica local.

Os resultados positivos alcançados com o lançamento foram suficientes para que os pesquisadores planejem trazer dois gliders na próxima OPERANTAR, a fim de perfilarem o estreito de Bransfield por até dois meses.

Pesquisadora configurando os dados para lançamento do glider

Os gliders são uma nova tecnologia para observação dos oceanos, permitindo medir propriedades da água, como salinidade, temperatura e oxigênio dissolvido, com alta resolução espacial e temporal. Devido à sua hidrodinâmica, são capazes de desenvolver uma velocidade horizontal de cerca de 35 cm/s, conseguem vencer as correntes e possuem uma autonomia de bateria de até quatro meses, sendo ideais para serem utilizados em regiões extremas, de difícil acesso, como a Antártica. Com tais características, um glider pode perfilar uma região do oceano realizando mergulhos de até 1000 metros, sendo comandados remotamente. Após cada mergulho, uma vez na superfície, o equipamento envia os dados coletados, via satélite, e pode receber novos comandos dos pilotos para que sua rota ou a forma de coleta de dados sejam alteradas.

FONTE: MB



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