Um navio de guerra da China cortou a proa de um contratorpedeiro norte-americano da Classe Arleigh Burke nesse sábado (3), enquanto transitava pelo Estreito de Taiwan, de acordo com um relatório de jornalistas que estavam embarcados.
O USS Chung-Hoon (DDG-93) e o HMCS Montreal (FFH-336) estavam transitando pelo estreito quando um navio de guerra da PLAN cruzou a proa de Chung-Hoon, de acordo com um relatório da agência canadense Global News.
Yesterday, we shot exclusive footage from HMCS Montreal, of a Chinese warship cutting off USS Chung-Hoon, coming within 150 yards of hitting the destroyer, a move the Commander of the Montreal called "intentional" & "unprofessional"
Here's my story on the near collison #cdnpoli pic.twitter.com/PaPLSwVNkp
— Mackenzie Gray (@Gray_Mackenzie) June 4, 2023
De acordo com seu relatório, um navio de guerra chinês fez um curso para cortar a proa do contratorpedeiro americano e foi avisado por rádio pela tripulação dos EUA para alterar o curso para evitar uma colisão. O Comandante da HMCS Montreal considerou a manobra do navio chinês pouco profissional. O navio de guerra chinês chegou a 150 jardas do navio dos EUA.
O Comandante do navio Canadense disse ao Global News que o incidente foi “claramente provocado pelos chineses. O fato de ter sido anunciado no rádio antes de fazê-lo indica claramente que a manobra foi intencional”.
Em uma declaração na noite de sábado, o U.S. Indo-Pacific Command confirmou os detalhes e identificou o navio chinês como sendo o LUYANG III DDG 132 (PRC LY 132), que executou manobras de maneira insegura nas proximidades do USS Chung-Hoon, ultrapassando por bombordo e cruzando a proa do navio da US Navy a 150 jardas. O Chung-Hoon manteve o curso e diminuiu para 10 nós para evitar uma colisão. O PRC LY 132 cruzou a proa de Chung-Hoon pela segunda por estibordo a 2.000 jardas e permaneceu fora da proa do Chung-Hoon por bombordo. O ponto de aproximação mais próximo do LY 132 foi de 150 jardas e suas ações violaram as Regras de Navegação segura em águas internacionais”.
Em uma declaração anterior, a 7ª Frota dos EUA disse: “ O trânsito bilateral de Chung-Hoon e Montreal através do Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados Unidos e de nossos aliados e parceiros com um Indo-Pacífico livre e aberto. Cooperação como essa representa a peça central de nossa abordagem para uma região segura e próspera onde aeronaves e navios de todas as nações possam voar, navegar e operar em qualquer lugar permitido pela lei internacional”.
O último trânsito de navios de guerra do Canadá e dos EUA, pelo Estreito de Taiwan, ocorreu em setembro com o USS Higgins (DDG-76) e o HMCS Vancouver (FFH-331). O USS Chung-Hoon faz parte do Destroyer Squadron 9 e está designado para o Nimitz Carrier Strike Group, transitou pelo estreito em janeiro.
Apesar das autoridades chinesas não comentarem sobre o trânsito realizado por Chung-Hoon e Montreal, já chamaram a navegação não anunciada de um navio de guerra pelo estreito de 95 milhas náuticas entre Taiwan e a China continental como provocativa.
Após a viagem de Nancy Pelosi a Taiwan, as autoridades chinesas pediram aos EUA que parem de enviar navios de guerra pelo estreito.
“Peço aos nossos colegas norte-americanos que se abstenham, exerçam moderação e não façam nada para aumentar a tensão. Portanto, se houver algum movimento que prejudique a integridade territorial e a soberania da China, ela responderá. A China responderá”, disse o Embaixador da China para os EUA Qin Gang disse no ano passado.
Após o trânsito do USS Milius (DDG-69) no final de abril, oficiais da PLAN disseram que os navios chineses seguiram o contratorpedeiro e que “sempre permanecerá em alerta máximo e salvaguardará resolutamente a soberania e segurança nacional da China e a paz e estabilidade regional”.