Se a busca por um atendimento médico ou odontológico público nos centros urbanos é cercada de demora, filas, burocracia, dor e espera. Como levar atendimento médico e odontológico a uma população que vive nas margens de rios numa região que compreende 40% do território nacional – com 3,6 milhões de km2 – com densidade demográfica de 3,4 habitantes por quilômetro quadrado?
Nesse pedaço do Brasil, a que chamamos de Amazônia, os rios são as ruas e as estradas e o único meio transporte eficiente são os barcos. A percepção de tempo e distância são relativizados devido a proporção continental. Um “logo ali!” pode significar dois ou três dias de navegação. E, o médico ou dentista mais próximo está a cinco, dez ou 15 dias de distância sobre um barco. Quando se está longe de tudo, o que é um direito básico se torna apenas uma esperança.
A equipe da Folha embarcou em Urucurituba, no Amapá e navegou pelo Rio Amazonas por três dias até a capital do Amazonas, Manaus, a bordo do Navio de Assistência Hospitalar Carlos Chagas, da Marinha do Brasil. Foram mais de 21 mil quilômetros de rios navegados na Amazônia Ocidental, nos Estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. Durante esta missão, três comunidades ribeirinhas atingidas pela cheia do Rio Amazonas tiveram assistência médica e odontológica.
Vídeo-fotorreportagem de Sérgio Ranalli, edição de vídeo Gustavo Carneiro, especial para a FolhaWeb e para a Folha de Londrina Digital.