Por Jonathan Saul
REUTERS – O risco de encontrar minas flutuantes na principal rota marítima do Mar Negro está aumentando os perigos para os navios mercantes que navegam na região, e os governos devem garantir uma passagem segura para manter as cadeias de suprimentos em funcionamento, dizem as autoridades marítimas.
O Mar Negro é fundamental para o transporte de grãos, petróleo e derivados. Suas águas são compartilhadas pela Bulgária, Romênia, Geórgia e Turquia, bem como Ucrânia e Rússia, que estão em guerra desde que o presidente Vladimir Putin invadiu seu vizinho do sul em 24 de fevereiro. No Mar Negro, nos últimos dias equipes de mergulho militares turcas e romenas desarmaram minas perdidas em torno de suas águas. O sindicato da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) e o Grupo de Negociação Conjunta de empregadores marítimos disseram que estão tentando encontrar maneiras de garantir que os marítimos e seus navios não se tornem “danos colaterais no conflito contínuo na Ucrânia”.
“Pedimos aos governos que façam tudo o que estiver ao seu alcance para mitigar a ameaça e garantir a passagem segura para navios que negociam perto dessas áreas de conflito”, disse David Heindel, presidente da Seção de Marinheiros da ITF. “É essencial que os marítimos do mundo possam continuar desempenhando suas funções com segurança e manter as cadeias de suprimentos globais em movimento”.
Dois marítimos foram mortos e cinco navios mercantes atingidos por projéteis – que afundou um deles – na costa da Ucrânia desde o início do conflito, disseram autoridades marítimas. “As informações disponíveis apontam para uma clara ameaça aos navios e marinheiros por minas flutuantes e à deriva em áreas do Mar Negro”, disse um porta-voz da agência de navegação da ONU, a Organização Marítima Internacional.
O Centro de Navegação da OTAN disse em um comunicado atualizado em 4 de abril que haviam buscas em andamento pelas autoridades nacionais por “objetos semelhantes a minas” e que “a ameaça de minas adicionais à deriva não pode ser descartada”. No mês passado, o Comitê Conjunto de Guerra do setor de seguros ampliou a área de alto risco das águas ao redor do Mar Negro e do Mar de Azov para incluir áreas próximas à Romênia e à Geórgia, o que contribuiu para os subscritores aumentarem os prêmios.
“Se ficar claro que há um número significativo de minas vivas que excedam as capacidades do estado litorâneo para contê-las, então o JWC irá reavaliar as áreas listadas”, disse o Comitê em nota separada em 31 de março.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
Nota do Editor: Felizmente não temos essa ameaça na costa brasileira, porém, devido a idade avançada de nossos navios Varredores (a Marinha do Brasil não possui navios Caça Minas), seria interessante para a Marinha vir a possuir alguns navios Caça Minas, trazendo maior capacidade de combate na Guerra contra Minas.