Exercícios eram praticados havia 30 anos no local e sempre foram alvo de protestos de ambientalistas
Segundo o militar, a Marinha decidiu que fará os treinos em uma ilha menor, a Ilha da Sapata, que fica a 4 quilômetros de Alcatrazes. A audiência pública foi solicitada pelo deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB), membro da Comissão de Meio.
Ambiente da Câmara.
“O anúncio feito pela Marinha pegou todo mundo de surpresa. É uma boa notícia para todo o Litoral Norte”, afirmou o parlamentar.
Trípoli disse que o próximo passo é a transformação do arquipélago de Alcatrazes, formado por 13 ilhas, em parque nacional marinho.
Atualmente, ele é classificado como estação ecológica.
“Vamos encaminhar cópia da ata da audiência ao Ministério de Meio Ambiente para apressar a criação do parque”, afirmou o deputado.
Santuário.
A Marinha pratica tiros em Alcatrazes há mais de 30 anos. A atividade sempre foi alvo de protestos de ambientalistas que temiam pela preservação do arquipélago, considerado um santuário ambiental que abriga rica fauna e flora endêmicas.
A diretora da estação ecológica de Tupinambás, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidasde), Kelen Leite, sediado em São Sebastião, disse que a decisão da Marinha é um fato “extremamente importante” para a preservação da biodiversidade do arquipélago e, principalmente, de Alcatrazes, a maior ilha, que tem cerca de 170 hectares.
“A prática de tiros pela Marinha coloca em risco a riqueza natural do local”, afirmou.
Ela relatou que há dois anos o ICMBio negocia com a Marinha o término das atividades navais na região.
“Desde o final do ano passado ano passado, a Marinha não faz mais exercícios na ilha de Alcatrazes”, declarou.
Fauna
O local abriga aves marinhas como atobás, trinta réis e gaivotão. Ela relatou que a ilha é morada de 12 mil fragatas. Alcatrazes também é morada de uma espécie de jararaca que só existe no local, além de rãs e outras espécies de répteis.
FONTE: O Vale