A Marinha do Brasil iniciou na África da Sul a primeira de uma série de operações que visa ao aprimoramento operacional e a troca de experiência com armadas de países de três continentes.
Desde 31 de agosto e até 20 de setembro, militares brasileiros participam da 11.ª edição da Operação Atlasur. Em entrevista à Sputnik Brasil, o encarregado da Divisão de Adestramento e Emprego de Meios do Comando de Operações Navais, capitão-de-mar-e-guerra Rogério Salles, afirmou que a operação visa à manutenção da segurança do Atlântico Sul junto à comunidade marítima.
“A Operação Atlasur tem por objetivo realizar Operações Combinadas, com as Marinhas da África do Sul, da Argentina e do Uruguai, de modo a contribuir para a interoperabilidade entre as forças e a manutenção da segurança do Atlântico Sul junto à Comunidade Marítima, além de fortalecer laços de amizade entre os países participantes”, explica o oficial.
Essa é a primeira ação do efetivo liderado pela Corveta Barroso (V 34), um helicóptero com destacamento aéreo embarcado e um uma equipe de mergulhadores de combate, totalizando, segundo a corporação, um número de aproximadamente 180 militares.
Durante a operação haverá integração da Marinha brasileira com a dos outros países “principalmente durante a condução dos exercícios, ocasião em que os navios participam de diversas operações e ações de guerra naval, atuando como uma força combinada e com um objetivo comum”, destaca o capitão.
Após o termino da Operação Atlasur, o efetivo seguirá para o porto de Maputo, em Moçambique, onde participará de eventos programados da política externa brasileira, em apoio à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).
A Corveta Barroso finaliza essa série de operações da Marinha do Brasil participando da Operação Ibsamar, que ocorre bianualmente, desde 2008, com a participação das marinhas da Índia e da África do Sul. Neste ano, os exercícios serão realizados em 1 e 13 de outubro, na costa sul-africana, e serão empregados os portos sede de Simon’s Town e Cape Town, na África do Sul.
Segundo o CMG Rogério Salles, o objetivo desta ação, que envolve navios, submarinos, aeronaves e tropas das três armadas, é promover a interoperabilidade entre as marinhas.
“O objetivo principal da operação é promover a interoperabilidade entre as marinhas e a troca de conhecimentos profissionais, elevando a confiança entre as nações e contribuindo para a segurança da região oceânica de interesse dos países, representando o aspecto marítimo do Fórum de Diálogo IBAS”, afirma o oficial.
Durante a operação, serão realizados exercícios característicos de guerra naval, atividades de emprego limitado da força e atividades benignas, como, por exemplo, operações de ataque, interdição marítima, proteção do tráfego marítimo, especiais, de esclarecimento, antissubmarino, contra ameaças assimétricas, dentre outras. Para Salles, essa série de operações é importante para a troca de conhecimentos profissionais entre os militares.
“A troca de conhecimentos profissionais e informações, decorrentes de uma operação Multinacional incrementa a interoperabilidade entre as Marinhas envolvidas. Além disso, promove o aumento da confiança mútua entre as nações e, consequentemente, aumenta a segurança da comunidade marítima no Atlântico Sul”, destaca o capitão.
Anualmente, a Marinha do Brasil participa de várias operações em conjunto com outras forças navais. Entre elas, destacam-se Unitas Amphibious e Atlântico, Fraterno, Bracolper, Obangame Express, Caribex e Platina.
FONTE: Sputnik