Foi realizada, em 21 de julho, a cerimônia de abertura do curso de Formação de Soldados Fuzileiros Navais da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe (STP), que será ministrado pela Marinha do Brasil, como parte da cooperação, no âmbito da Defesa, entre os dois países.
Compareceram ao evento, o Ministro da Defesa e Ordem Interna, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas e o Comandante da Guarda Costeira, dentre outras autoridades santomenses. O governo brasileiro foi representado pelo Encarregado de Negócios da Embaixada do Brasil em STP, Maurício do Carmo, que entende “como um passo precioso a presente cooperação, no âmbito militar, que começou com a transferência de bens patrimoniais e de consumo para a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe”.
O Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de STP, Brigadeiro Justino Lima, ressaltou que: “O Brasil tem sido um grande parceiro de São Tomé e Príncipe no quadro das reformas das Forças Armadas. Ajuda-nos a confrontar o problema da pirataria marítima e também capacita os nossos militares, que poderão ser chamados um dia para responder a uma solicitação no quadro do apoio internacional”.
O curso terá duração de 4 meses e a primeira turma é composta por 30 militares das Forças Armadas, da Guarda Costeira e da Guarda Presidencial daquele país africano. Dois oficiais e sete praças da MB foram designados para aplicar o curso.
A cooperação entre os dois países é um dos resultados do esforço que o Ministério da Defesa do Brasil vem empreendendo, com vistas à construção de um ambiente cooperativo no Atlântico Sul, em particular, junto aos países da África ocidental, sob a égide da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS).
Histórico
O curso é um dos frutos do III Simpósio das Marinhas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizado no Brasil, em maio de 2012, quando o Comandante da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe demonstrou interesse em aumentar a cooperação com a MB de diversas formas, particularmente na área de formação de pessoal.
ZOPACAS
Criada em 1986 pelas Nações Unidas, a ZOPACAS conta, atualmente, com 24 membros: África do Sul, Angola, Argentina, Benin, Brasil, Cabo Verde, Camarões, Congo, Costa do Marfim, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Libéria, Namíbia, Nigéria, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Serra Leoa, Togo e Uruguai.
Tem o objetivo de evitar a proliferação de armas nucleares e reduzir, até eventualmente eliminar por completo, a presença militar no Atlântico Sul de países externos à organização. Juntos, os membros, buscam formas de integração e colaboração regional, tais como a cooperação econômica e comercial, científica e técnica, política e diplomática.