O Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha, durante sua primeira visita à Índia, discutiu sobre trabalhar em conjunto no setor de submarinos movidos a energia nuclear.
O Brasil tem o urânio e também a tecnologia, mas não tem, no momento, submarinos movidos a energia nuclear que a Índia tem. Durante a recente visita do Comandante da Marinha do Brasil, houveram discussões sobre trabalhar em conjunto no setor de submarinos movidos a energia nuclear, particularmente os aspectos técnicos e de treinamento.
“Temos depósitos de urânio suficientes, temos a tecnologia de enriquecimento e estamos em um estágio muito avançado do desenvolvimento de pequenos reatores nucleares. Então, estamos interessados em trabalhar com a Índia na área”, disse o Almirante Olsen ao TIMES NOW.
O setor nuclear à parte, o Almirante Olsen, durante sua primeira visita à Índia, se encontrou com militares do alto escalão da Marinha Indiana e também visitou o estaleiro Mazagon, em Mumbai. Ele expressou seu interesse em trabalhar com a Índia, um país membro do BRICS, em várias áreas, incluindo coleta e compartilhamento de inteligência marítima, segurança cibernética, antipirataria, busca e salvamento, crimes transnacionais, pesca ilegal e HADR (Humanitarian Assistance and Disaster Relief), toda a gama de cooperação naval.
Como parte do Sul global, e também um país grande como a Índia, o Brasil vê a possibilidade de laços navais mais próximos com a Índia.
Outras áreas, incluindo “capacitação, interoperabilidade e questões doutrinárias comuns” são opções, ele acrescentou. Ele também está analisando a possibilidade de cooperação com a indústria indiana, a “integração de armas e sistemas e a garantia de uma cadeia de suprimentos estável”. Essas coisas, disse ele, “são caras e não são fáceis”.
O Almirante Olsen está mantendo em mente “a dinâmica geopolítica” e está pronto para “construir uma forte parceria com a Marinha Indiana”.
Há outras áreas importantes para se trabalhar, ele acrescentou, incluindo guerra centrada em rede e tecnologias furtivas. Para o Brasil, há a opção de comprar armamento feito na Índia, como o míssil de cruzeiro BrahMos e helicópteros leves.
A visita do Almirante Olsen acontece em um momento crucial para a Marinha do Brasil, pois ela está trabalhando em um submarino com propulsão nuclear e também convencionais, incluindo o Scorpene francês. A visita ao Mazagon teria sido particularmente útil, pois lá já foram construídos seis Scorpenes nos últimos anos. Pode muito bem haver uma oportunidade de reformá-los lá no futuro. O Brasil, como a maior nação sul-americana, está de olho em um porta-helicópteros (a Índia tem dois porta-aviões), os dois países podem trabalhar juntos.
A visita do Almirante Olsen é a terceira de altos oficiais militares nos últimos meses e há claramente um desejo de aumentar a cooperação “Sul-Sul”. “O mar nos conectará”, ressaltou o Almirante Olsen.
FONTE: Times Now