Nesta terça-feira (20), a Marinha do Brasil (MB) lançou com sucesso, pela quarta vez, o Míssil Antinavio de Superfície (MANSUP). Ocorrida na região ao sul de Cabo Frio (RJ), a operação contou com a participação das Fragatas Constituição (F 42) e Liberal (F 43).
O lançamento marcou o início da fase de qualificação do míssil e possibilitou testar alguns subsistemas já em sua versão final de produção. Novos lançamentos de qualificação ainda estão previstos antes do início da produção do MANSUP.
Para o Diretor de Sistemas de Armas da Marinha, Vice-Almirante Marco Antonio Ismael Trovão de Oliveira, a fase está avançando conforme o planejado. “Na etapa anterior foram testadas, por meio do lançamento de três protótipos, as soluções de engenharia adotadas para que o míssil atendesse aos requisitos estabelecidos. Na etapa atual, estão sendo testados os subsistemas já aperfeiçoados, o que garantirá que o míssil seja fabricado com a melhor tecnologia disponível, adicionando maior robustez e eficiência ao produto, e atendendo a todas as condições impostas inicialmente”.
O Almirante Trovão acrescentou que no primeiro lançamento também foi realizada nova avaliação do desempenho do motor-foguete e do efeito dos ajustes no software de controle do míssil, tendo como base os resultados dos lançamentos anteriores. “Na ocasião, foi testado também o novo sistema de telemetria, agora com maior alcance, ângulo de visada mais amplo e mais resistente às condições meteorológicas”.
Segundo Robson Duarte, da empresa Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT), que é Gerente do Programa do MANSUP, outro grande avanço em relação aos lançamentos anteriores foi a utilização do novo Console Lançador de Míssil (CLM). “Quando a Marinha do Brasil decidiu investir no desenvolvimento do MANSUP, foi imposto o requisito que o míssil fosse totalmente compatível com os lançadores e consoles existentes em seu estoque. Hoje, além do míssil, a SIATT está nacionalizando toda a infraestrutura de lançamento. Desta forma, uma nova janela de oportunidades se abre, havendo a possibilidade de revitalizar navios antigos que estejam com seus consoles inoperantes, como também a instalação de todo um sistema de lançamento nacional em novos navios”.
Um outro requisito estabelecido pela MB foi a utilização de componentes designados como “ITAR Free”, ou seja, livres de embargos (limitação de compra e venda de determinados componentes críticos para operações de área de defesa e aeroespacial). Segundo Robson isso foi possível “com o uso de tecnologia nacional e componentes ITAR free. Com isso a Marinha e o Brasil alcançaram um grau de autonomia conquistado por pouquíssimos países no mundo”.
O Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante de Esquadra José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, ressaltou a relevância do desenvolvimento de um projeto como esse, destacando “que todos os engenheiros e técnicos envolvidos no Projeto MANSUP são brasileiros, formados nos diversos centros acadêmicos do Brasil. A tecnologia empregada no projeto é desenvolvida por brasileiros e todos os recursos empregados são investidos dentro do País. O MANSUP permitirá a Marinha contar com um armamento eficaz no prazo e na quantidade que se fizer necessária, contribuindo para a defesa dos interesses nacionais e de nossa soberania na Amazônia Azul”.
Além da Fragata Constituição (F 42), que foi o navio lançador, participaram da operação a Fragata Liberal (F 43), como navio assistente, a aeronave UH-12 Esquilo N-7087 (Águia 87), responsável pela telemetria (tecnologia que permite a medição remota e em tempo real dos parâmetros necessários para avaliar o funcionamento e o desempenho do míssil), e as aeronaves UH-12 Esquilo N-7082 (Águia 82) e P-3AM, da Força Aérea Brasileira, para limpeza de área.
Fonte: Agência Marinha de Notícias