Eles passaram por treinamento especial durante 12 dias em Formosa (GO).Marinha diz que exercício tem efeito ‘indireto’ na segurança de eventos.
Em meio ao cerrado, na região central do Brasil, mais de 2 mil homens da Marinha passaram os últimos 12 dias se preparando para uma situação de conflito armado em que a segurança do país estivesse em perigo. Na cidade de Formosa, no interior de Goiás, os fuzileiros navais simularam ataques com tanques, carros blindados, cães e tiros de metralhadora, além do uso de aeronaves e mísseis.
A operação, que terminou nesta terça-feira (29), foi a maior simulação de guerra já realizada na região central do país, segundo a Marinha. Para os fuzileiros, serviu para aprimorar as técnicas de combate, defesa, estratégia, coordenação de operações e resposta rápida a crises.
Para que a simulação pudesse ser ainda mais real, um hospital de campanha – para atender militares feridos durante a guerra – e uma tenda com militares especializados no combate a armas nucleares, químicas, radiológicas e bacteriológicas foram montados.
A “Operação Formosa 2013” não foi planejada em função de grandes eventos, como a Copa do Mundo do ano que vem e as Olimpíadas de 2016. Entretanto, o almirante da Marinha Luiz Fernando Palmer afirma que a simulação tem reflexo “indireto” na seguranças desses eventos. “O treinamento, por mais que não seja focado só nos grandes eventos, tem reflexo indireto e ajuda na formação e na preparação do fuzileiro. Ele dá condições ao fuzileiro de atuar em eventos como estes. Por isso, digo que tem, sim, um efeito indireto na segurança”, afirmou.
Durante o treinamento, os fuzileiros simularam, entre outras coisas, a ocupação de um território conflituoso onde há guerra. Segundo a Marinha, este treinamento é realizado há seis anos (o local já é usado há 25) e aproximadamente 12 mil fuzileiros navais já passaram por ele desde 2008.
Os militares começaram em 1º de outubro a levar do Rio de Janeiro para Formosa todas as tropas, equipamentos, armas, munições e veículos. O retorno começa nesta quarta (30) e deve ser concluído até 2 de novembro. Eles também participaram de treinamentos com Veículos Aéreos Não-Tripulados (VANTs), entre outros meios de combate terrestres e aéreos. Durante a operação, os fuzileiros utilizaram munição real.
O blindado Lagarta Anfíbio utilizado pela Marinha no treinamento em Formosa foi utilizado em pacificações de comunidades na cidade do Rio de Janeiro, como o Complexo Lins.
O tenente Stephen Ferro participou da Operação Formosa e da pacificação. “O Brasil não é um país onde há conflitos de guerra, como os simulados aqui. Mas o importante é treinarmos para caso aconteça alguma coisa, nós vamos estar preparados”, disse. “A grande característica deste treinamento é trabalharmos a coordenação de operações. Se não houver uma boa coordenação, toda a operação pode ser colocada em risco”, completou o tenente.
Foram utilizados armamentos individuais, aeronaves, carros de combate e veículos blindados para o transporte de tropas. Além disso, os fuzileiros passam por treinamento para o manuseio de mísseis anticarro. A Operação Anfíbia, considerada “a mais complexa” das operações militares, segundo a Marinha, é um dos treinamentos aos quais os fuzileiros são submetidos.
Os fuzileiros passam por capacitação e aperfeiçoamento da “condição de prontidão constante”, utilizada na proteção do território marítimo brasileiros e na defesa de instalações navais, portuárias, arquipélagos e ilhas oceânicas. Além disso, diz a Marinha, esta preparação “assegura a capacidade de atuação em operações internacionais de paz e em operações humanitárias, em qualquer lugar do mundo”, como é o caso de um grupo de fuzileiros que está atuando no Haiti.
A Marinha gastou cerca de R$ 5 milhões para organizar a simulação de guerra como treinamento para fuzileiros navais em Formosa (GO). O recurso foi utilizado para o transporte de tropas e veículos, alimentação, compra de munições, preparação da estrutura onde foi realizada a simulação, combustível, entre outros itens.
FONTE: G1