Por Nobuhiro Kubo e Tim Kelly
TÓQUIO (Reuters) – O Japão está considerando adaptar o porta-helicópteros JS Izumo (DDH-183) para que possa operar com os caças F-35B do USMC, informaram fontes do governo nesta terça-feira(26), frente a expansão marítima da China e das ameças de mísseis e do desenvolvimento nuclear da Coréia do Norte.
Japão não tem um porta-aviões desde a II Guerra Mundial, e qualquer modificação no Izumo, seria destinado a prepará-lo para um cenário em que as pistas de pouso no Japão teriam sido destruídas por ataques de mísseis e para reforçar a defesa em torno de ilhas do sudoeste do Japão, onde a atividade marítima da China tem aumentado.
Três fontes do governo próximas ao assunto, disseram que o governo japonês vê uma possível futura aquisição de caças F-35B, que possuem capacidade de decolar e pousar verticalmente.
O JS Izumo possui 248 metros (814 pés) de comprimento, e é o maior navio de guerra do Japão, equipado com um convoo plano. Segundo fontes, seu elevador que liga o convoo ao hangar tem capacidade de transportar a aeronave.
Algumas modificações podem incluir a instalação de uma “Ski Jump”, melhorar a resistência do convoo ao calor e aumentar a capacidade de controle de tráfego aéreo do navio. No entanto, o ministro da Defesa japonês Itsunori Onodera afirmou que o governo não está tomando nenhuma medida concreta, no sentido de modificar o Izumo. “Em relação à nossa postura de defesa, estamos constantemente realizando diversas verificações, mas nenhuma concreta está em curso sobre a introdução do F-35B ou a adaptação da Classe Izumo”, disse o mnistro na terça-feira.
O Japão tem realizado frequentes exercícios conjuntos com porta-aviões norte-americanos nos últimos meses, para impulsionar a dissuasão contra a Coreia do Norte. Uma das três fontes do governo chamou os tais exercícios de “uma grande oportunidade de ver com nossos próprios olhos como os militares dos EUA operam seus porta-aviões”.
A tensão regional aumentou desde que a Coréia do Norte realizou seu sexto e maior teste nuclear em setembro. Pyongyang disse, um mês mais tarde, que tinha testado com sucesso um novo míssil balístico intercontinental que pode chegar a todo o continente americano.
O Japão também é cauteloso com mísseis de longo alcance da China, e gostaria de garantir medidas para lançar caças a partir de um porta-aviões, caso as pistas operadas pelas forças armadas dos EUA no Japão, ou pela Força Aérea de Autodefesa do Japão forem destruídas por um ataque com mísseis.
O artigo 9 da Constituição pacifista do Japão, literalmente, proíbe a manutenção de forças armadas. No entanto, o governo japonês têm permitido o uso militar exclusivamente para auto-defesa.
Possuir um porta-aviões poderia levantar uma questão de constitucionalidade, disseram as fontes, mas que o governo está decidido a resolver esta questão em suas novas diretrizes do programa nacional de Defesa, previsto para ser concluído até o final de 2018.
FONTE: OAN
FOTOS: USN/Ilustrativas