Exército defende abertura do mercado brasileiro em parecer elaborado com a Defesa
Com autorização do governo desde setembro passado, a Ruag se prepara para instalar uma fábrica de munições possivelmente em Pernambuco, estado do atual ministro da Defesa, Raul Jungmann. Segundo o Exército, a abertura do mercado ocorreu por uma necessidade de ter competitividade e mais qualidade para as forças de segurança, que se queixam de poucas opções no mercado interno. A Glock é fornecedora antiga, por exemplo, da Polícia Federal.
Polícias militares se ressentem da dificuldade de obter autorização para comprar arma lá fora. Isso porque, segundo uma regra ainda em vigor, mas que poderá ser modificada em breve, só é possível importar armas se não houver uma similar na indústria nacional.
A chegada das empresas estrangeiras também atende a um pleito dos civis que têm posse ou porte de arma. A dificuldade de obter modelos de marcas internacionais é uma reclamação histórica por parte desse grupo.
O general Ivan Neiva, diretor do Departamento de Produtos Controlados do Exército, diz que há mecanismos “mais inteligentes” de proteger e incentivar a indústria nacional do que simplesmente fechar o mercado:
“Podemos pensar em margem de preferência para produtos nacionais, financiamento diferenciado, investimento em pesquisas”, afirma o general. Além disso, as empresas que vierem não poderão ser meras montadoras de produtos aqui. Elas terão que desenvolver fornecedores locais, gerar conhecimento, criar empregos.
Questionada sobre a chegada de empresas estrangeiras, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições afirmou que “a concorrência não preocupa”, mas ressaltou a necessidade de “assegurar isonomia de tratamento, que atualmente não existe”.
“A carga tributária e as restrições sobre o produto nacional são muito superiores às do produto importado. A falta de isonomia prejudica a indústria nacional e gera desequilíbrio na concorrência, o que não é aceitável”, diz.
FONTE: Época Negócios