Entrave de negócio de US$ 10,4 bi é sobre como fabricante francesa fará transferência tecnológica a parceiro indiano
Na licitação da Índia, o grupo Dassault apresentou a oferta de menor valor, em janeiro de 2012. O contrato definitivo deve ser assinado só no fim do ano.
O problema, segundo o jornal India Express, estaria ligado à interpretação de uma cláusula dos requisitos básicos. O Ministério da Defesa indiano fixou como regra que os primeiros 18 supersônicos seriam feitos na França no prazo de 36 meses.O lote remanescente, 108 unidades,sairia necessariamente da fábrica da Hindustan Aeronautics Limited (HAL),em Bangalore. A HAL foi designada pelo governo como agência receptora das tecnologias envolvidas, a exigência fundamental do acordo bilateral.
O grupo francês firmou parceria paralela com a poderosa Reliance Industries Ltd, conglomerado de Mumbai, com 23 mil empregados e faturamento de US$ 76,1 bilhões em 2012. No final do ano passado informou ao Ministério da Defesa que, tendo assumido o projeto, deveria ter liberdade para decidir a divisão do trabalho com a Hindustan e com a rede de corporações privadas no empreendimento.
O Ministério não concordou e destacou que desde 2007 a HAL está definida como “integradora líder” do programa. “Há um impasse”, reconheceu Charles Edelsene, ex-presidente da Dassault, em audiência pública, há um mês. “As negociações são duras, o país é complicado, mas há o desejo, dos dois lados, de chegar a uma conclusão”, destacou.
As dificuldades nos ajustes entre a Índia e a Dassault não afetam a escolha brasileira F- X2, disse ao Estado um oficial da Aeronáutica ligado ao programa. “A modelagem e o conceito são muito diferentes”, afirmou. A presidente Dilma Rousseff vinculou o anúncio de sua decisão à retomada do crescimento econômico. Além do Rafale, estão na lista o americano F-18 Hornet e o sueco Gripen NG.
FONTE: Estado de São Paulo – Roberto Godoy