Por Richard Thomas
A fragata Type 23 da Royal Navy (Marinha Real do Reino Unido), HMS Sutherland (F 81), exigiu cerca de 600 inserções estruturais durante o extenso programa de manutenção atualmente sendo realizado no Estaleiro Naval Real da Babcock, dentro da Her Majesty’s Naval Base (HMNB) Devonport.
A fragata é uma das classe Type 23 em fase de extensão de vida útil (LIFEX), uma recertificação ou trabalho de manutenção da fragata pela Babcock em Devonport. O estado material de algumas fragatas Type 23 foi questionado anteriormente, com o HMS Iron Duke (F 234), exigindo mais de 1.000 inserções estruturais durante seu próprio processo de manutenção.
As inserções estruturais normalmente removem seções degradadas ou enferrujadas do casco ou da superestrutura do navio, variando em tamanho desde uma pequena placa do tamanho de uma mão até grandes painéis.
A HMS Sutherland chegou em Devonport em abril de 2021, e deverá ser desdocada nas próximas semanas e entregue de volta à Marinha Real no próximo semestre. Entre as obras realizadas está a instalação de quatro novos motores diesel no âmbito do programa Power Generation Machinery Upgrade (PGMU).
As antigas fragatas Type 23 serviram muito além de sua vida útil esperada, e o LIFEX foi realizado em vários navios na tentativa de garantir a continuidade do número da frota até que as novas fragatas Type 31 e Type 26 comecem a entrar em operação no final desta década.
Outras fragatas Type 23 nas instalações de Babcock incluem o HMS St Albans (F 83), que iniciará os testes no mar em 1º de março, três meses antes da data contratada. Enquanto isso, o HMS Argyll (F 231) está em processo de trabalho e atividade pós-docagem.
Ema março o HMS Northumberland (F 238) chegará às instalações de Babcock, onde será colocado na doca 5, e em meados de junho o HMS Kent (F 78) seguirá para a doca 7. Ambas as embarcações estão programadas para realizar o processo PGMU.
Durante uma visita da mídia às instalações de Babcock em 8 de fevereiro, não houve menção ou visão do HMS Westminster (F 237), uma das fragatas Type 23 supostamente pronta para ser descomissionada da frota devido ao seu mau estado.
Numa resposta escrita do parlamento do Reino Unido em 15 de Janeiro, foi revelado que a Marinha Real do Reino Unido tinha 11 fragatas Type 23 “em serviço”, destas, sete plataformas foram descritas como “operacionais”.
Os quatro navios restantes, HMS Argyll , HMS Westminster , HMS Sutherland e HMS St Albans, estavam ou aguardavam um processo de reequipamento, vital para os esforços de recertificação destinados a prolongar a vida útil do tipo.
Foi relatado anteriormente pela Naval Technology que o tempo total que uma fragata Type 23 gasta em programas de reequipamento e renovação está aumentando, à medida que a frota envelhece e se torna mais difícil de manter. Cada navio da classe foi originalmente planejado para ter uma vida útil de 18 anos antes da substituição, mas isso foi estendido por meio de uma série de reformas.
De 2011 a 2017, cada uma das então 13 fragatas Type 23 passou por um LIFEX ou período de reequipamento, com a duração de cada programa variando de 12 a 36 meses. A partir de 2018 os números aumentam, com os três primeiros navios a serem submetidos a trabalhos anteriores a regressarem aos estaleiros entre 37 e 49 meses.
De acordo com as regras de certificação de classe de navios, a data de inatividade dos navios de guerra pode ser prorrogada por um máximo de seis anos após a conclusão de cada programa de manutenção.
O custo para reformar e manter a classe antiga também é um fator, com a reforma do HMS Iron Duke em 2023 custando mais de £ 100 milhões. Em comparação, no exercício financeiro de 2023-24, foram atribuídos 100 milhões de libras para remodelações das Type 23 e deste montante foram gastos cerca de 50 milhões de libras, de acordo com dados oficiais.
Nota do Editor: Fica claro que os “rumores” de uma eventual aquisição pela Marinha do Brasil de uma fragata Type 23 oriunda da Royal Navy, não podem ser levados a sério face aos elevadíssimos custos para adquirir e operar uma classe de navio em fim de vida útil. Para a Royal Navy, pode ser ou não, depende do ponto de vista, investir £ 100 milhões para extender a vida útil desses navios, pois duas novas classes estão em construção (Types 26 e 31), mas para a Marinha do Brasil que tem um programa de construção de fragatas novas, me parece algo inviável.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Naval Technology