O Destróier USS Graveli (DDG 107) esteve a poucos segundos de ser atingido por um míssil de cruzeiro disparado por rebeldes houthis na última terça-feira, e foi forçado a usar sua última linha de defesa para abatê-lo: o sistema de armas CIWS Phalanx. Essa metralhadora Gatling automatizada consegue disparar até 4.500 projéteis 20 mm em um minuto para abater ameaças a curto alcance.
O míssil viajava a 1.000 km/h, chegou a cerca de 1,5 km do USS Gravely e estava a 4 segundos de atingir o navio.
Crise no Mar Vermelho
Desde novembro, os houthis têm lançado diversos ataques contra embarcações no Mar Vermelho e contra alvos israelenses em apoio ao Hamas, responsável pelo ataque terrorista contra Israel em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil mortos e fez 250 reféns, segundo as autoridades israelenses. Prometendo aniquilar o grupo, o Estado judeu tem realizado intensos bombardeios e incursões terrestres no território palestino. Já são mas de 25 mil pessoas mortas, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
Com os ataques, diversas empresas de navegação passaram a evitar a rota, por onde passam 12% do comércio global, e dar a volta pelo continente africano, aumentando os custos de frete e seguro marítimo. Em resposta, os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram no dia 11 o primeiro ataque contra a milícia iemenita com o objetivo de “desanuviar as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho”. Desde então, os Houthis declararam que os interesses dessas duas potências também são alvos legítimos.
Segundo o jornal Financial Times, além dos bombardeios e patrulhas navais, os EUA devem abrir uma nova frente diplomática para conter os houthis: a publicação afirma que diplomatas americanos querem que a China pressione o Irã para convencer o grupo a suspender os ataques. O tema chegou a ser abordado pelo secretário de Estado, Antony Blinken, com diplomatas chineses, mas até agora não há sinais de que Pequim planeje algo além de notas de “preocupação” com a situação.
Desde 2002, os EUA já lançaram cerca de 400 ataques aéreos no Iêmen, segundo o Conselho de Relações Exteriores do país. No entanto, o governo americano tem buscado evitar um conflito direto desde a crise em Gaza, temendo uma escalada regional.
FONTE: O Globo