CRE reuniu-se com comandante da Aeronáutica para tratar do impacto do ajuste fiscal na Pasta

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Por Sergio Vieira

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realizou nesta quinta-feira (13) uma audiência com o comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro-do-ar Nivaldo Luiz Rossato. O oficial foi indagado pelos senadores especialmente sobre o impacto da restrição orçamentária e suas consequências para os programas desenvolvidos pela pasta.

As estratégias de defesa do país é a política pública que vem sendo analisada pela CRE durante todo o ano, e cujo relatório está a cargo do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Rossatto fez uma explanação detalhada de todos os planos prioritários da Aeronáutica, mas admitiu que os detalhes quanto ao impacto das restrições financeiras deverá ser tratado com uma equipe técnica.

Ficou acertado que Ferraço fará uma reunião de trabalho, em data ainda a ser definida, para tratar do assunto. A reunião será aberta à participação dos demais senadores.

O tenente-brigadeiro adiantou que as prioridades da pasta já vem sendo reequacionadas, sob a lógica de não se extinguir nenhuma ação. Garantiu que tanto a Força, quanto o Ministério da Defesa e as empresas privadas associadas aos projetos trabalham minuciosamente com cenários eventuais de atrasos na execução dos programas, buscando minimizar o impacto sobre a geração ou eliminação de postos de trabalho e as estratégias de inserção no mercado internacional.

Um dos pontos tratados durante a reunião foi a crise na Petrobras, que reduziu drasticamente seu plano de investimentos para os próximos anos, o que tem impacto direto sobre a indústria de helicópteros. A Aeronáutica coordena, associada a empresas privadas, o suprimento de modelos apropriados à extração de petróleo na camada pré-sal.

Caças suecos

Respondendo à questão do senador Jorge Viana (PT-AC), Rossatto disse acreditar que chegará o momento em que as Forças Armadas deverão definir qual de suas áreas será a prioritária, pois ainda impera uma tendência homogênea entre Marinha, Exército e Aeronáutica.

Jorge Viana deixou claro que vê no século 21 o combate aéreo como o grande diferencial na geopolítica da guerra, situação que no entender de Rossatto já é clara desde a Guerra do Golfo.

O militar destacou a compra de 36 modelos Gripen, o caça sueco, num projeto que no total está gerando 2.300 empregos diretos e outros, de forma indireta, que segundo estudos atingirão a marca de 14.650 novos postos de trabalho. Destacou ainda as condições vantajosas de pagamento que o país conseguiu na negociação com a Suécia, a transferência de tecnologia e a alta qualidade dos caças.

Em outro aspecto, Rossatto admitiu que o país está muito atrasado, segundo suas próprias palavras “uns 40 anos”, no que tange à defesa espacial.

– Nas áreas cibernética e nuclear vamos bem, mas na espacial precisamos de mais objetividade por parte de todos os atores envolvidos – reconheceu.

Ele informou que o país trabalha apenas com satélites alugados, e um novo Centro de Operações Espaciais começará a funcionar no ano que vem em Brasília.

O militar adiantou que a prioridade da Aeronáutica é o estímulo à produção de satélites de órbita baixa, também por razões econômicas, uma vez que é o que melhor se coaduna com as necessidades da indústria do agronegócio, dentre outras.

O senador Ricardo Ferraço chamou atenção ainda para o atraso no programa KC 390, os jatos militares desenvolvidos pela Embraer.

– A empresa perde mercado por causa do caos nas contas públicas, provocando desemprego e perda de divisas – alertou, uma vez que a diminuição dos investimentos do governo federal foi a principal razão para a queda de dinamismo na produção.

O comandante da Aeronáutica foi indagado ainda pelos senadores sobre a facilidade com que o crime organizado consegue introduzir drogas e armas em nosso território. Rossatto admitiu que é “muito difícil” controlar mais de 16.000 quilômetros de fronteiras, a maior parte com vegetação, entre outros motivos porque é “muito caro”.

– Nem os Estados Unidos, com toda a tecnologia que têm e apenas 1/5 da nossa fronteira com vegetação, consegue controlar o que entra do México – destacou, alertando ainda que tudo depende das estratégias de inteligência, dos controles feitos também pela Polícia e pela Receita Federal e dos sistemas espaciais e de controle do tráfego aéreo.

Indagado pela senadora Ana Amélia (PP-RS), Rossatto disse estar tranquilo quanto às estratégias que vêm sendo desenvolvidas para os Jogos Olímpicos Rio 2016, lembrando que o trabalho feito durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014 foi “uma grande escola”, com resultados avaliados como “excelentes” em todos os quesitos.

Caças Gripen, jato de transporte militar e satélite geoestacionário são prioridades da Aeronáutica

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em audiência pública nesta quinta-feira (13), ouviu o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, sobre as prioridades da Força Aérea Brasileira: a compra de 36 caças Gripen NG, da Suécia; o desenvolvimento do jato de transporte militar KC-390; e a construção de um satélite geoestacionário de defesa e de comunicação. Para o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), relator da avaliação que a comissão está fazendo das políticas públicas na área da indústria de defesa, mesmo que o cidadão não perceba os efeitos práticos desses investimentos, as iniciativas afetam a vida de todos.

Aeronáutica mantém prioridades apesar de cortes

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, relatou ontem na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional como tem buscado reequacionar programas sem extinguir ações e minimizando o impacto sobre postos de trabalho. Eventuais atrasos, porém, não estão descartados, por motivos econômicos.

Rossato disse que o Brasil vai bem nas áreas cibernética e nuclear, mas precisa de mais objetividade nos programas do setor espacial. O país trabalha apenas com satélites alugados, segundo ele, mas no ano que vem um novo centro de operações espaciais começará a funcionar em Brasília.

FONTE: Senado Federal

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