Seul despachou uma unidade antipirataria para o Estreito de Ormuz depois que um navio-tanque de bandeira sul-coreana foi apreendido pelo Irã no Golfo Pérsico nesta segunda-feira.
A Cheonghae Unit, que inclui forças especiais sul-coreanas, chegou ao estreito na terça-feira a bordo do destroier ROKS Choe Yeong (DDH-981), de acordo com o Ministério da Defesa sul-coreano.
Estabelecida em 2009 como a primeira força antipirataria da Coréia do Sul no exterior, a Unidade Cheonghae foi implantada no Golfo de Aden, entre a Somália e o Iêmen, para ajudar a manter a segurança da navegação dos navios sul-coreanos na região.
Quase um ano atrás, a área de operações da unidade foi expandida para incluir o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico, cerca de 1.800 quilômetros (1.118 milhas) a leste, conforme as tensões aumentavam na região. Essa expansão ocorreu depois que autoridades nos Estados Unidos, um importante aliado da Coréia do Sul, pediram ajuda para proteger o transporte marítimo internacional na região, embora Seul não tenha se juntado a coalizão americana para proteger a rota.
As tensões no Golfo Pérsico aumentaram na semana passada, perto do aniversário de um ano do ataque dos EUA contra Qasem Soleimani, um importante general iraniano. Os EUA sobrevoaram a região com bombardeiros B-52 e, no domingo, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que o porta-aviões nuclear USS Nimitz (CVN 68), permaneça na região.
Na segunda-feira (04), barcos da Guarda Revolucionária iraniana apreenderam o navio Hankuk Chemi, de bandeira sul-coreana, enquanto ele cruzava o estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico. O Irã alegou que o navio foi apreendido por “criar poluição ambiental e química no Golfo Pérsico”, disse a agência de notícias Tasnim.
Cinco sul-coreanos estão entre os 20 marinheiros civis a bordo do navio-tanque, disse o Ministério do Exterior sul-coreano. Choi Young-sam, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul, disse hoje que o governo de Seul está em estreita comunicação com seus homólogos em Teerã e está tentando garantir a libertação dos marinheiros e do navio.
Não houve nenhuma sugestão de que a Unidade Cheonghae estaria realizando uma operação de resgate e nem que o Ministério da Defesa que estaria aconselhando outras embarcações de bandeira sul-coreana na área sobre segurança. A unidade já resgatou cidadãos sul-coreanos antes, principalmente em 2011, na costa da Somália. Nessa ação, comandos da Cheonghae invadiram um navio-tanque sul-coreano que havia sido sequestrado junto com sua tripulação por piratas somalis. Os comandos mataram oito piratas e capturaram outros cinco, segundo o Ministério da Defesa sul-coreano. Nenhum membro da tripulação do petroleiro morreu.
A Cheonghae também libertou cidadãos sul-coreanos capturados por piratas em um navio mercante com bandeira de Cingapura, em 2012, e apoiou a evacuação de cidadãos sul-coreanos do Iêmen em 2015, disse o governo.
FOTOS: ROK Navy – Ilustrativas