Em relação à decisão pelo projeto de submarino francês Classe Scorpène, é importante esclarecer que esse processo de escolha foi longo, exaustivo e criterioso, e envolveu reuniões, visitas a países possuidores de submarinos nucleares e de submarinos dessa classe, além de análises de diversos relatórios e intensas negociações.
Para se chegar à conclusão sobre o melhor projeto de um submarino convencional que atendesse às necessidades brasileiras, uma extensa pesquisa foi executada nos diversos modelos de submarinos disponíveis, junto aos países que os detém, para se conhecerem as possibilidades e limitações de cada um deles. Além disso, como o País decidiu obter também o submarino de propulsão nuclear, ficamos impedidos de optar pelo modelo alemão, uma vez que a Alemanha não fabrica nem possui submarinos com esse tipo de propulsão. Atualmente, apenas um seleto grupo de cinco países possui essa tecnologia: China, EUA, França, Reino Unido e Rússia.
Como qualquer projeto dessa complexidade, é natural que existam vantagens e desvantagens em cada uma das opções examinadas, avaliações que foram consideradas nos citados relatórios e que serviram de base para a escolha.
Dentre as vantagens que o Submarino Scorpène apresenta, destaca-se o emprego dos mesmos sistemas (sensores, sistema de combate, armamento, sistema de controle da plataforma, etc) existentes nos submarinos nucleares franceses. Ajustes de software compatibilizam as diferentes necessidades de desempenho, que do ponto de vista logístico e de atualização tecnológica, constituem diferencial respeitável.
O acordo com a França, país que possui grande experiência no assunto e tecnologia bastante moderna, abrevia as etapas da parte não nuclear do submarino de propulsão nuclear, com a transferência de tecnologias de projeto e construção. Cabe destacar que essa transferência de tecnologia não é aceita pelos outros países.
Assim, considerando a necessidade de abreviar processos – sem jamais comprometer a segurança –, a escolha do projeto do Scorpène, para servir de base ao desenvolvimento do projeto do nosso submarino de propulsão nuclear, resultou de aprofundados estudos e amadurecido processo de tomada de decisão. No entender da Marinha do Brasil, essa escolha constituiu a opção de menor risco para o êxito da empreitada.
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA