A cooperação na área de tecnologia e indústria de defesa foi um dos temas da conversa entre o vice-ministro de Economia e Tecnologia da Alemanha, Uwe Beckmeyer, com os diretores do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial (DECTI) e do Departamento de Produtos de Defesa (DEPROD), do Ministério da Defesa (MD).
O vice-ministro Beckmeyer, que também é coordenador de Assuntos Marítimos em seu país, apresentou oportunidades de negócios e possíveis parcerias com o Brasil como nos projetos aeroespaciais e no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).
O diretor de Produtos do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), vinculado ao MD, capitão-de-mar-e-guerra Péricles Cardim, falou sobre o sistema de monitoramento Amazônia SAR que deve operar naquela região brasileira, com foco em uma área de 950 mil quilômetros quadrados equivalentes aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e um pedaço de Santa Catarina.
Segundo o comandante Cardim, a tecnologia Radar de Abertura Sintética (SAR – sigla em inglês) permite coletar dados durante sete meses por ano, período em que a cobertura de nuvens na Amazônia é intensa, limitando a visualização e a coleta de dados por meios óticos. “Esta tecnologia permite que um sensor do satélite emita uma onda, que ultrapassa a nuvem, que recebe o sinal de volta e transforma o dado, processa e traduz a imagem”, explicou.
Os dados coletados são distribuídos aos setores que utilizam a informação dentro do espaço geográfico determinado. A comitiva alemã se mostrou interessada em estabelecer parcerias nessa área.
Acordo de cooperação
Na ocasião, o vice-ministro alemão aproveitou para destacar a importância da finalização do Acordo de Cooperação de Defesa assinado em 2010. O acordo bilateral entre Brasil e Alemanha prevê princípios de igualdade, reciprocidade e interesse mútuo em conformidade com a legislação nacional e as obrigações internacionais das partes.
O diretor do DEPROD, brigadeiro José Crepaldi, reforçou que estes acordos bilaterais são decisões estratégicas entre governos e explicou sobre os tramites legais no País. “Depois da assinatura do acordo realizado pela Defesa, o documento foi aprovado pelo Congresso Nacional, e agora falta a promulgação pelo Executivo”, afirmou.
Ainda segundo o brigadeiro Crepaldi não faltarão esforços para acelerar este último ato do lado brasileiro.
FONTE: Ascom