Especialista militar chinês fala de uma terceira esquadra com porta-aviões, o que significaria que além do Liaoning, e do navio que se sabe está em construção em Dalian, um outro faz parte dos planos de reforço militar do gigante asiático. Assim, a China passaria a ser o segundo país com mais porta-aviões
Existem atualmente 15 porta-aviões ativos no mundo, dez dos quais pertencentes aos Estados Unidos, o que garante a supremacia americana nos mares, mesmo que países como a Rússia ou a França, que recentemente deslocaram para as proximidades da Síria os seus Kuznetsov e Charles de Gaulle, respectivamente, se esforcem por mostrar também capacidade de projeção de poder. A China, porém, ambiciona mais.
Com um orçamento militar anual de US$ 215 bilhões (segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz em Estocolmo), a China assume cada vez mais como uma potência capaz de rivalizar com os Estados Unidos a nível global, mesmo que estes ainda estejam muito à frente em capacidade de investimento, com gastos em defesa na ordem dos US$ 596 bilhões.
Liang Fang, como é habitual nos especialistas chineses, alertou que as ambições navais chinesas e o desenvolvimento da tecnologia dos novos porta-aviões têm está relacionado com a defesa dos interesses nacionais e não com a busca de qualquer hegemonia. Contudo, desde os Estados Unidos ao Japão, passando pelo Vietnã e Taiwan, não falta quem veja com preocupação o renovado interesse pelos oceanos, sobretudo o Mar do Sul da China, onde são várias as disputas sobre fronteiras marítimas.
O Liaoning, de construção soviética, foi comprado à Ucrânia e modernizado pela China, mas o novo porta-aviões será fabricado na China. Uma foto da construção deste em Dalian, distribuída por uma agência de notícia japonesa, desagradou muito às autoridades de Pequim, com os jornais chineses falaram de violação da segurança nacional.
A tradicional rivalidade da China com o Japão, país que começa a questionar-se sobre se pode manter o perfil pacifista pós-Segunda Guerra Mundial sem comprometer a sua segurança, também se trava nesta matéria de frotas. Hoje o Japão não possui porta-aviões, mas desde 2015 tem em serviço o Izumo, um porta-helicópteros que é o seu maior navio construído desde 1945.
Para se perceber como é tensa a situação na Ásia Oriental, basta ver um artigo recente do South China Morning Post, o grande diário de Hong Kong, que cita vários jornais chineses em defesa das capacidades operacionais do Liaoning, referindo que este “não é um otaku”, como os japoneses se referem aqueles que nunca saem de casa. neste caso, uma missão do porta-aviões chinês no Pacífico Oriental.
A China tem uma história milenar, com vários períodos em que teve capacidade naval. O mais célebre aconteceu no século XV, quando as esquadras do almirante Zheng He chegaram até a atual Tanzânia, numa época em que do outro lado de África os navegadores portugueses já se aproximavam do Golfo da Guiné.
FONTE: Diário de Notícia