Em visita a Boa Vista, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que o efetivo do Exército passará de 100 para 200 soldados. As equipes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal no Estado também crescerão.
Jungmann confirmou que haverá um censo dos venezuelanos, a fim de determinar o envio de recursos ao Estado, em estado de emergência devido ao colapso de suas redes de saúde, educação e assistência social.
“É uma situação difícil, é uma situação em que você tem que equilibrar a situação humanitária”, disse. “Eles saíram por fome, saíram por falta de medicamento, saíram por conta da crise que está acontecendo lá, mas, ao mesmo tempo, isso sobrecarga e muito o estado e a cidade.”
Também integrante da comitiva, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, anunciou um projeto-piloto de geração de empregos para os venezuelanos, dando ênfase nos imigrantes mais qualificados, em outros Estados do país.
Jardim, que chamou o plano de interiorização, disse que o objetivo é empregar mil pessoas em 90 dias. “A maior parte deles tem curso superior. Vamos fazer o possível. Afinal de contas, somos a oitava economia do mundo.”
O ministro ainda avalia a possibilidade de integrar profissionais de saúde ao Mais Médicos e professores ao sistema de ensino. Jardim, porém, não apresentou estimativas de que percentual dos imigrantes seria beneficiado.
INCÊNDIO CRIMINOSO
A comitiva do governo chegou horas depois de um homem atear fogo em uma casa de Boa Vista onde moravam 13 venezuelanos. Um casal e sua filha de quatro anos ficaram feridos —a menina teve 25% do corpo queimado.
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia de Roraima mostram o autor jogando combustível na frente da casa e acendendo um fósforo. Os agentes ainda buscam quem seria o responsável pelo crime.
Este é o segundo incêndio em uma casa que abriga venezuelanos na cidade nesta semana. Com 330 mil habitantes, Boa Vista abriga a maior parte dos 40 mil cidadãos do país vizinho que migraram para Roraima desde 2016.
As medidas do governo são similares às anunciadas nesta quinta pela Colômbia, que recebeu em 2017 mais de 400 mil venezuelanos.
Fonte: FOLHA DE S. PAULO