O plano de orçamento fiscal de 2015 da Marinha, omite o financiamento para compras extras do F/A-18E/F Super Hornet ou EA-18G Growlers, de acordo com várias fontes do setor. A Casa Branca deverá apresentar o seu pedido de orçamento 2015 para o Congresso em 4 de março.
Embora o orçamento 2015 não inclua o financiamento para evitar de se encerrar a linha de produção F/A-18 em St. Louis, após 2016, a Marinha planeja adicionar esse financiamento em seu orçamento 2016, disse uma das fontes, que não podia falar publicamente.
De acordo com executivos da indústria e analistas, isso significa más notícias para a Boeing, que precisa de mais encomendas da US Navy para continuar a produzir os aviões de combate.
Oficiais da Marinha disseram que gostariam de manter a compra dos Super Hornets e Growlers, mas não podem se dar ao luxo de fazê-la, dada as pressões orçamentárias,que já forçaram a USN a eliminar um dos 11 porta-aviões norte-americanos.
Isso significa que a Boeing precisa apelar aos legisladores norte-americanos para financiar um lote adicional de Growler, para manter a linha funcionando por mais um ano, enquanto ela continua a buscar novas vendas externas.
O programa tem um forte apoio entre os legisladores, mas a escassez de financiamento para porta-aviões, entre outras prioridades, podem complicar os esforços da Boeing. Muitos falcões tradicionais de defesa, ou morreram ou deixaram o Congresso, e muitos dos legisladores atuais estão mais preocupados com os déficits do que manter os gastos com defesa.
A Boeing não quis comentar, lembrando que o orçamento fiscal 2015 ainda não foi lançado. Mas a empresa já está com anúncios em uma estação de rádio local de Washington e seus lobistas estão trabalhando com as suas conexões no Capitólio.
A Boeing contribuiu com US$ 1,3 milhão em 2013 com legisladores individuais e comitês de ações políticas, e gastou outros US$ 15,2 milhões em esforços de lobby, ficando em 13º lugar no ranking dos maiores gastadores, de acordo com o Center for Responsive Politics.
O Gerente do programa do F/A-18, Mike Gibbons, disse que a empresa precisa construir pelo menos dois aviões por mês para manter os custos baixos, o que exigiria um financiamento adicional de US$ 1,2 bilhão, mas a Boeing está estudando possíveis economias através da combinação da linha de produção do F/A-18 e do F-15, podendo chegar até 2018.
Especialistas do setor, observam que Lockheed Martin constrói apenas um F-16 por mês, em sua fábrica no Texas, e dizem que a Boeing pode ser capaz de manter a produção F/A-18 a uma taxa inferior.
A Boeing continua competindo no Canadá e na Dinamarca, e vê outras perspectivas no Oriente Médio. Mas nenhuma dessas encomendas estrangeiras tendem a se materializar a tempo de manter a linha F/A-18 em St. Louis, após o final de 2016.
A Boeing e os EUA tinham a esperança de conseguir um grande encomenda brasileira do F/A-18 , mas em dezembro, o Brasil anunciou que iria comprar o Gripen, construído pela sueca Saab, após uma série de documentos vazados pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional, Edward Snowden, que revelou a espionagem dos EUA a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Brett Lambert, um ex-alto funcionário do Pentágono, disse que os legisladores ainda tem visto as compras do F/A-18 como um barreira contra possíveis atrasos no programa do F-35, embora ele tenha dito que o programa é mais estável do que era a alguns anos atrás.
Defensores de compras adicionais do F/A-18 argumentam que o F-35 não completou o seu desenvolvimento, e que continuam as questões com relação a atrasar a capacidade do USMC em começar a utilizar o caça a partir de meados de 2015.
FONTE: Reuters
TRADUÇÃO E ADAPATAÇÃO: Defesa Aérea & Naval