Por Zach Abdi
O Comando de Sistemas Marítimos Navais (NAVSEA) divulgou uma solicitação atualizada para o projeto detalhado e construção (DD&C) de uma nova classe de Navios Tender de Submarinos no âmbito do programa de recapitalização AS(X).
De acordo com o anúncio atualizado, a solicitação cobrirá o suporte de engenharia e industrial, familiarização da tripulação, equipamentos de treinamento e pedidos de itens provisionados de dois Navios Tender AS(X).
A solicitação atualizada aponta para progressos oportunos no programa AS(X). Em abril de 2022, o NAVSEA concedeu contratos de refinamento de conceito e projetos preliminares para L3Harris Technologies, General Dynamics National Steel and Shipbuilding Company (NASSCO) e Huntington Ingalls Industries (HII).
Os contratos, que valiam cumulativamente 18 milhões de dólares, cobriam um período de estudo de nove meses, com opções de prorrogação deste período por mais nove meses. O principal objetivo dos estudos foi desenvolver especificações de navios, estimativas de custos, cronogramas de construção e outros detalhes do programa para informar os esforços de aquisição subsequentes.
Os contratos foram seguidos por um anúncio de pré-solicitação divulgado em 8 de março de 2023. O anúncio afirmava que o NAVSEA realizaria uma competição completa e aberta para o programa AS(X) no outono de 2023.
Sobre os navios da classe AS(X)
Os detalhes em torno do AS(X) foram em grande parte envoltos em segredo devido ao papel que os navios desempenham na reparação e rearmamento de submarinos nucleares.
No entanto, sabemos que os navios da classe AS(X) se destinam a suceder aos antigos Tender de submarinos da classe Emory S. Land da Marinha. A Marinha dos EUA opera atualmente dois navios da classe, ambos os quais entraram em serviço em 1979. Os navios estão atualmente baseados na Base Naval de Guam, localizada no porto de Apra, Guam, onde fornecem serviços de hotelaria e reparos de nível intermediário para cinco submarinos de ataque movidos a energia nuclear.
O anúncio da solicitação afirma que o AS(X) está sendo projetado especificamente para apoiar os submarinos da classe Virginia, da classe Columbia e da geração futura no século XXI. Além disso, a classe também será capaz de apoiar submarinos das classes Los Angeles e Ohio até sua aposentadoria.
De acordo com o anúncio, os novos navios da classe AS(X) irão: conduzir operações de manutenção, reabastecimento e reparo de nível 1 sustentadas em estado estacionário e em tempo de guerra em submarinos implantados enquanto estiverem fundeados ou atracados em um cais. Em estado estacionário, o AS(X) fornece suporte no cais em um porto implantado avançado, fornecendo reparo sustentado, fornecimento, manuseio/rearmamento de armas e operações de atendimento para submarinos e navios atracados ou visitantes, e viagens de serviços de reparo para outros submarinos e navios implantados.
A Marinha dos EUA espera aposentar o primeiro navio da atual classe de Navios Tender de submarinos em 2029 e o segundo navio em 2030. Isso dá uma ideia aproximada do cronograma com o qual a classe AS(X) está trabalhando. Embora este cronograma não seja muito apertado, quaisquer atrasos ocorridos em fases posteriores poderão impactar gravemente a implantação e disponibilidade de submarinos na 7ª Frota.
Um terceiro navio da classe Emory S. Land já foi desativado: o antigo USS McKee (AS 41) foi retirado do Registro Naval em 25 de abril de 2006. O casco está agora atracado no Estaleiro Naval de Norfolk, na Virgínia e serve como oficina flutuante.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Naval News
Nota do Editor: A Marinha do Brasil já operou um Navio Tender. Em 8 de fevereiro de 1918 o navio foi incorporado recebendo o nome Belmonte e atuou nas duas guerras mundiais, sendo descomissionado em 1963.
O Belmonte era originalmente um navio de transporte de passageiros e carga, que durante a 1ª Guerra Mundial, buscou refúgio no Brasil. O navio acabou sendo confiscado e passou pelo Lloyd Brasileiro antes de ser incorporado pela Marinha.
Atualmente a função de Tender de submarinos pode ser realizada pelo NSS Guillobel (K 120), mas no futuro, com o aumento do número de submarinos ativos, inclusive com o SCPN Álvaro Alberto, talvez a Marinha precise ter um navio específico para esta função. Mas isso é para o futuro!