Por Luiz Padilha
Quando o Ministério da Defesa (MoD), da Inglaterra anunciou em 2010 o programa para uma nova Fragata chamado Global Combat Ship, para substituir as Fragatas Type 23 em operação, coube à BAE Systems Maritime desenvolver sob um contrato de £ 127 milhões a nova Fragata Type 26.
Ao mesmo tempo. a Royal Navy realizou um up-grade nas Fragatas Type 23 trocando o radar de superfície/vigilância aérea Type 996 da BAE Systems pelo Type 997 Artisan 3D também da BAE Systems.
ARTISAN 3D (Advanced Radar Target Indication Situational Awareness and Navigation)
Este moderno e poderoso radar de superfície e vigilância aérea de médio alcance (+ de 200 km), foi instalado nas Fragatas Type 23 e também no ex-HMS Ocean, atualmente PHM Atlântico da Marinha do Brasil, sendo importante relatar, que o mesmo radar também equipa os novos Porta Aviões da classe Queen Elizabeth do Reino Unido.
A adição do radar Artisan 3D nos navios, proporcionou aos mesmos um desempenho superior fornecendo-lhes a capacidade de rastrear mais de 900 alvos de uma só vez, com relatos de rastreio de alvos do tamanho de pequenos pássaros ou mesmo os tiros disparados pelos canhões do navio, conferindo as Marinhas (Inglaterra e Brasil), uma capacidade de detecção incomparável e medidas de proteção eletrônica entre as melhores do mercado de defesa.
Mas a BAE Systems não ficou parada e continuou a desenvolver seu principal radar. Com a escolha pela Royal Navy do Artisan 3D para equipar as futuras Fragatas Type 26, a BAE Systems lançou a versão de estabilização eletrônica do Type 997 Artisan 3D.
A principal diferença entre a versão de estabilização mecânica utilizada atualmente e a eletrônica, é a velocidade com que o radar passou a compensar os movimentos do navio no mar, o que se traduz em rapidez no processamento, e um custo mais baixo na sua manutenção, embora a versão mecânica ainda seja muito confiável.
O contrato entre a BAE Systems e a Royal navy prevê 3 sistemas Artisan 3D para as Fragatas Type 26 do 1º Lote, sendo que o primeiro já está pronto e está prestes a iniciar seus testes de integração. Ele irá equipar a primeira Fragata Type 26 HMS Glasgow, atualmente em construção no estaleiro Govan da BAE Systems.
Os próximos radares Artisan estão sendo fabricados para equipar as próximas Type 26, HMS Belfast e HMS Cardiff.
Um segundo Lote subsequente para mais cinco Fragatas Type 26, também serão equipadas com o radar Type 997 Artisan 3D. Por receberem nomes de cidades, a Type 26 passou a ser chamada de “City Class” ou classe City, com as próximas recebendo os nomes de HMS Birmingham, HMS Sheffield, HMS Newcastle, HMS Edimburgo e HMS London.
O contrato de suporte atual entre o MoD e a BAE Systems oferece níveis extremamente altos de disponibilidade para o radar, além de garantir a atenuação de sua obsolescência, já que mais de 24 navios estarão operando este radar, destacando a instalação do Artisan 3D no HMS Bulwark da classe Albion.
O Sea Ceptor, novíssimo míssil da MBDA, já está integrado no Sistema de Defesa Aérea nas Fragatas Type 23 e será o míssil que equipará as Fragatas Type 26, o mesmo que a Marinha do Brasil escolheu para equipar as futuras Fragatas Classe Tamandaré. Essa integração do míssil Sea Ceptor com o radar Artisan 3D, poupará tempo e muito dinheiro para a Marinha do Brasil, caso o radar da BAE Systems venha a equipar as Fragatas Tamandaré.
A primeira Fragata Type 26, a HMS Glasgow está prevista para ser incorporada em 2027.
Radar Artisan 3D na Marinha do Brasil
Quando a Marinha do Brasil adquiriu o PHM Atlântico, o radar Artisan precisou passar por um processo de customização, como por exemplo, troca de frequência, pois a utilizada pela Royal Navy é de utilização exclusiva da Marinha Real e contextualizada com padrões da OTAN. No início houveram comentários de que esta customização pudesse degradar a performance do Sistema, mas hoje, após diversos testes com o radar operando com a nova frequência, a Marinha comprovou que não houve nenhuma perda de suas capacidades, o navio tem realizado operações, onde a excelência do radar Artisan vem sendo comprovada como na última Operação Aderex Aeronaval Escudo Antiaéreo 2019, um exercício que contou com a participação da Força Aérea Brasileira, colocando a prova todo o potencial do radar da BAE Systems.
Clica na imagem abaixo para ver como foi a Operação Aderex Aeronaval Escudo Antiaéreo 2019.
