Antártica terá nova Estação Brasileira de pesquisa científica

estação antartica

Reconhecido internacionalmente por sua substancial contribuição científica na Antártica, o Brasil voltará a ter sua base que integra o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). O lançamento da pedra fundamental da nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) será feito na próxima segunda-feira (29), pelo ministro da Defesa, Aldo Rebelo.

Após o grave incêndio, ocorrido no dia 25 de fevereiro de 2012, que destruiu a edificação principal da Estação, foi realizado um exitoso e complexo planejamento logístico-operacional, envolvendo pesquisadores, militares e civis, além do emprego de cinco navios, para instalação dos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE), que permitiu a permanência brasileira na Antártica e a continuidade das pesquisas.

O Programa Antártico Brasileiro, sob a coordenação da Marinha do Brasil, foi criado em 1982 por um grupo de pesquisadores com o objetivo de desenvolver um programa científico que incluísse o Brasil entre os países do Tratado da Antártica. Em 1991, a assinatura do Protocolo de Madri classificou a Antártica como reserva natural dedicada à paz e à ciência.

As obras para reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz começaram em dezembro de 2015, após a empresa China Electronics Imports and Exports Corporation (CEIEC) vencer a licitação. A conclusão da obra está prevista para 2018.

A nova Estação

O conceito do projeto da nova Comandante Ferraz foi construir uma estação, localizada na Península Keller, que atendesse aos anseios da comunidade científica e que servisse como referência para futuras edificações na Antártica.

Ela comportará 64 pessoas em uma área de aproximadamente 4.500 m². Com um design moderno e tecnologia de ponta, a edificação brasileira contará com 17 laboratórios, setor de saúde, biblioteca, sala de estar, entre outros departamentos.

Para a concepção da nova base brasileira, foi levada em consideração uma arquitetura capaz de prover condições para que a vida humana possa estar presente até mesmo nos locais mais longínquos e inóspitos do planeta, em plenas condições de segurança e em harmonia com o meio em que estiver inserida.

Adotou-se um conceito de planejamento semelhante ao que seria empregado para a concepção de uma cidade de pequeno porte, isolada das demais facilidades urbanas, em que se devem ter condições de vida, com boa qualidade e segurança, para toda a população residente.

Sobre o PROANTAR

Nas suas três décadas, o Programa Antártico Brasileiro realizou uma média anual de vinte projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura, além de permitir à Marinha do Brasil, com o apoio da Força Aérea Brasileira, realizar uma das maiores operações de apoio logístico, em termos de complexidade e distância.

As atividades científicas são propostas e desenvolvidas por estudiosos de universidades e instituições de pesquisa de diversas regiões do Brasil que, de forma interdisciplinar e interinstitucional, conduzem investigações nas áreas de Ciências da Terra, Ciências da Atmosfera e Ciências da Vida.

Operações

As missões de apoio à Estação Antártica Brasileira são organizadas pela Marinha, por meio da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) que, além da parte logística e operacional, prepara o cronograma de revezamento dos pesquisadores ao longo da operação.

O PROANTAR realiza atividades científicas na Antártica durante todo o ano, mas, a exemplo dos outros Programas, é no verão antártico (outubro a março) que ocorre a movimentação de pesquisadores, pessoal de apoio, equipamentos e material.

Em função das condições climáticas e do congelamento do mar, as operações também ocorrem apenas nesse período, quando cerca de 200 pesquisadores realizam suas atividades. O planejamento anual de atividades é denominado Operação Antártica (OPERANTAR), e sua execução tem ocorrido desde o ano de 1982, quando teve início a OPERANTAR I.

Assessoria de Comunicação do MD

 

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