O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, foi recebido, nesta sexta-feira (13) na capital paulista, pelo comandante do 8º Distrito Naval (8º DN), almirante Glauco Castilho, que, durante o encontro, detalhou as principais ações exercidas por este Comando Naval.
O 8º DN tem sob a sua jurisdição o estado de São Paulo, parte Sul de Minas Gerais e de Goiás e uma porção do Noroeste do Paraná. Essa divisão geográfica tem como base as bacias hidrográficas que circundam esta área. O Distrito Naval é composto pelo Centro de Coordenação de Estudos da Marinha (CCEMSP), a Capitania Fluvial do Tietê-Paraná, em Barra Bonita, incluindo a Delegacia de Epitácio Pessoa (SP), e a Capitania dos Portos de São Paulo, localizada em Santos, e que possui a Delegacia de São Sebastião.
Na sua apresentação, o almirante Castilho explicou que uma das tarefas do 8º DN é contribuir para a segurança do tráfego aquaviário, garantindo a salvaguarda da vida humana e a segurança da navegação. Outra ação em destaque é a prevenção da poluição hídrica.
Conforme o almirante Castilho, o forte crescimento das atividades econômicas vem demandando cada vez mais a atuação do Distrito Naval. O grande número de embarcações para esporte e lazer também é apontado pelo almirante como fator de ações de registro, fiscalização e treinamento.
De acordo com o ministro Aldo Rebelo, o 8º DN presta um inestimável serviço ao contribuir para o desenvolvimento econômico, não só da região e do estado de São Paulo, mas também do País
Para desempenhar o seu papel, o Distrito Naval e as Capitanias dispõem de lanchas, navios patrulhas, escritórios e oficinas móveis.
Desenvolvimento econômico e o papel da Marinha
Segundo o almirante Castilho, a Capitania Fluvial, em Barra Bonita, também tem um importante papel na Hidrovia Tietê Paraná, com seus 2.400 km de extensão, e por onde escoam milhares de toneladas de mercadorias, principalmente, grãos. Sob a jurisdição da capitania estão cerca de 360 municípios, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
Além de fiscalizar o tráfego marítimo, fluvial e lacustre, o Distrito desenvolve um trabalho, em convênio com as prefeituras do estado de São Paulo, para treinar guardas municipais para a fiscalização das atividades de lazer e recreio que ocorrem ao longo dos rios e lagos, e presta apoio na emissão de certificados.
Em dezembro, o 8o Distrito capacitará uma turma de guardas municipais em Araçatuba (SP) para as ações de fiscalização.
Ensino e Pesquisa
Outro setor bem atuante do 8º DN é na área de ensino e pesquisa. Desde 1956, a Marinha atua, em convênio com a Universidade de São Paulo (USP), no curso de Engenharia Naval com o Centro de Coordenação de Estudos da Marinha (CCEMSP).
Atualmente, com 60 alunos, o CCEMSP tem o propósito de coordenar o esforço de integração da Marinha com as indústrias, instituições de ensino superior e de pesquisas no estado de São Paulo. A iniciativa possibilita a nacionalização de itens essenciais para o parque industrial paulista.
Em palavras dirigidas aos oficiais e praças da tripulação do 8º Distrito, o ministro Aldo disse que a Marinha contribuiu para a construção da nacionalidade brasileira. “Uma instituição fundamental na construção do Brasil e na defesa do nosso País”.
Ele lembrou que a Marinha assegurou a hegemonia naval do Brasil na Guerra do Paraguai, e posteriormente, na Segunda Grande Guerra, protegendo o litoral brasileiro, inclusive com perdas de vidas humanas. “À Marinha do Brasil devemos ações pioneiras no campo da ciência, da pesquisa e da tecnologia”, disse.
No discurso, Aldo Rebelo recordou ainda as realizações do almirante Álvaro Alberto da Mota e Silva, idealizador do Programa Nuclear Brasileiro e criador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O ministro Aldo, ao encerrar sua mensagem, agradeceu a todos que integram “a honrada Marinha” pelo elevado espírito patriótico.
Ao final da visita, o ministro recebeu das mãos do almirante Castilho, a heráldica do Comando do 8º Distrito Naval. Inspirado nos feitos heroicos dos bandeirantes, que desbravaram as fronteiras além da linha imaginária de Tordesilhas. O escudo ostenta peças usadas no século XVII pelos bandeirantes: um gibão, um arcabuz e uma espada.
FONTE: Asscom