AE Ilques Barbosa Júnior assume como Comandante da Marinha do Brasil


Brasília, DF, 9 de janeiro de 2019.

ORDEM DO DIA No 2/2019

Assunto: Assunção do Comando da Marinha do Brasil

Em um contexto, onde a dinâmica das relações internacionais impõe constantes aprimoramentos, para o equacionamento de complexos desafios, constatamos novas formas de combate e de ameaças, ficando evidente a crescente interação entre o Presente, Amanhã e Futuro.

Essa interação passa a ser, ainda mais, acentuada quando constatamos um escasso contraste entre “Guerra e Paz” e a contínua redução do tempo, para o planejamento e execução de iniciativas político-estratégicas. Em tempos de “Guerra e Paz”, é imperiosa uma rigorosa prontidão dos Sistemas de Defesa, o que envolve, tanto as Forças Armadas, como os demais segmentos da sociedade brasileira, de modo a ser alcançado o contínuo fortalecimento de todas as vertentes da soberania nacional.

Assim, as situações de conflito, da atualidade, recomendam a prontidão mencionada, sobretudo quando constatamos a magnitude das riquezas do Brasil. Na Amazônia Azul, que corresponde a 52% da nossa área continental, temos imensuráveis bens naturais e complexa e ampla biodiversidade. Nos espaços oceânicos, retiramos 85% do petróleo e 75% do Gás Natural e por onde são transmitidas praticamente toda a comunicação do Brasil, através de cabos submarinos.

A nossa economia, tem nos portos e terminais o ponto focal de mais de 95% do comércio exterior brasileiro. Desse modal, depende a sobrevivência e prosperidade de inúmeros segmentos de nossas atividades econômicas; como o agronegócio, que corresponde por cerca de 45% da nossa exportação, seguido pela de minérios, hidrocarbonetos e manufaturados.

Em cenário político-estratégico e econômico dinâmico e pleno de ameaças, assume elevada relevância para o preparo e o emprego do Poder Naval: o “Conhecimento”, “Ciência, Tecnologia, Inovação e Engenharia”. A partir desses basilares auxílios à navegação, devemos estar sempre prontos a atuar, como previsto no ordenamento jurídico nacional, em defesa dos interesses da nossa Pátria, nos espaços oceânicos, pantaneiro, amazônico, antártico; ou, ainda, sob a égide de organismos internacionais.

Ao assumir o timão da invicta Marinha do Brasil, tenho a plena convicção da magnitude dos desafios que estamos enfrentando. Na verdade, desde as origens da nossa Marinha, a Escola de Sagres, esses desafios, por envolverem mares fortes e ventos adversos, vem moldando a formação de marinheiros, fuzileiros navais e servidores civis de excelência profissional.

No lema da Marinha de Tamandaré: “Tudo pela Pátria !”, temos a absoluta convicção que a tripulação da Marinha do Brasil sempre estará à altura desses desafios; por perseverar na capacitação de nosso pessoal, adotar iniciativas estratégicas e operacionais compatíveis com a estatura político-estratégica do Brasil e, continuamente, fortalecer os valores de nossa Marinha, representados na “Rosa das Virtudes” e em uma permanente busca do “Bem Comum”.

Para mantermos invicto o pavilhão auriverde, concito os marinheiros, fuzileiros navais e servidores civis a ampliarem as capacidades da Marinha de bem servir ao nosso Brasil.

Na interoperabilidade, temos o rumo a seguir e a força da união, para bem cumprir as nossas missões. Asseguro aos nossos irmãos de armas, General de Exército Edson Leal Pujol e Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, líderes de invictos soldados e aviadores, a continuidade de uma permanente prontidão para aprimorarmos a nossa capacidade de atuarmos em conjunto. Atlântico ! Selva ! Senta a Pua !

A partir dos belos exemplos de nossos antecessores que, ao estabelecerem matrizes estratégicas, desenvolveram os instrumentos necessários para se lançarem ao mar desconhecido, a Marinha permanecerá estreitando laços com a sociedade e contribuindo com o desenvolvimento social e econômico do País, em ações cívico-sociais e na execução das atribuições da Autoridade Marítima, quais sejam: Segurança da Navegação, Salvaguarda da Vida Humana no Mar, Ensino Profissional Marítimo e Prevenção da Poluição Ambiental; assim como, daquelas vinculadas as atividades portuárias e aquaviárias.

Os programas estratégicos da Marinha do Brasil permitem a autonomia e perenidade ao ciclo evolutivo tecnológico, fortalecendo a Base Industrial de Defesa, gerando empregos e contribuindo para a Dissuasão Estratégica, além de inserir o Brasil na vanguarda de sensíveis e diversas áreas do conhecimento.

Como prioridade temos os programas estratégicos: “Pessoal Nosso Maior Patrimônio”, “Nuclear da Marinha”, “Desenvolvimento de Submarinos”, “Construção do Núcleo do Poder Naval”, onde consta a obtenção das Corvetas da Classe Tamandaré e a construção de Navios Patrulha, de “Capacidade Operacional Plena”, “Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul” e “Segurança da Navegação”, dentre outros.

Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, externo minha gratidão pela inequívoca confiança pela nomeação para o Comando da Marinha e presto continência renovando o compromisso desta força na Defesa da Pátria, Garantia dos Poderes Constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da Lei e da Ordem. A Marinha está aprestada para o fiel cumprimento de suas determinações, tanto nas missões relacionadas ao emprego da força, como nas imprescindíveis atividades vinculadas ao desenvolvimento econômico e social. Rumo a seguir: “Pátria Amada Brasil”.

Também agradeço, a presença do Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da República, General de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, o que fortalece o brilho da cerimônia.

Sr. Ministro de Estado da Defesa, General de Exército Fernando Azevedo e Silva, além de agradecer a indicação para o Comando da Marinha, asseguro o meu compromisso de lealdade e plena cooperação. A constelação do Cruzeiro do Sul, que há muito conduz as Forças Armadas do Brasil, tem tradição de vitórias e, sob a orientação do Nosso Senhor dos Navegantes, estão sempre destinadas ao êxito e ao pleno cumprimento das missões recebidas.

Aos Ex-Ministros e Ex-Comandantes da Marinha, que conduziram ciclos de crescimentos e aprimoramentos da Marinha do Brasil, por meio do Almirante de Esquadra Alfredo Karam, agradeço os ensinamentos e as seguras orientações.

Aos diletos amigos, membros do Almirantado, agradeço, antecipadamente, as pertinentes contribuições para a elaboração dos nossos trabalhos. A continuidade da fidalguia naval, assessoria de alto-nível e o apoio dos Senhores Almirantes ampliam, em muito, a minha convicção em uma navegação segura.

Agradeço a presença de Embaixadores acreditados no Brasil; Ministros de Estado; Ex-Ministros de Estado; Ministros do Supremo Tribunal Federal; Parlamentares; Chefe do Estado-Maior Conjunto; membros dos Alto-Comandos; Ministros do Superior Tribunal Militar e de outros tribunais superiores; Chefes de ontem, de hoje e de sempre; Oficiais Generais; Membros do Poder Judiciário e do Ministério Público; Adidos Militares; representantes da indústria de Defesa e das comunidades acadêmica, científica e marítima; Soamarinos; dos meus especiais amigos das turmas “Aspirante Conde” e “Povo Brasileiro”; de familiares e amigos que vieram de locais distantes de diversas regiões do Brasil, Chile e Estados Unidos da América.

Também menciono a presença do representante do Almirante John M. Richardson, Chefe de Operações Navais da Marinha dos Estados Unidos da América, o Contra-Almirante Sean S. Buck, Comandante da 4a Esquadra e Forças Navais do Comando Sul dos Estados Unidos da América.

A cerimônia alcança um brilho especial e próprio devido a essas augustas presenças. É necessário, por justiça, agradecer as Voluntárias Cisne Branco. Em nome da Família Naval, externo o reconhecimento, pela abnegação, coordenação e integração das múltiplas atividades que aprimoraram a educação, cultura, entretenimento e assistência social complementares aos militares, civis e seus dependentes.

Antes de assumir a manobra, devo render homenagem e agradecer ao Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira. No instante que Vossa Excelência arriar seu pavilhão e desembarcar, envergando, mais uma vez, o uniforme branco que nos distingue, sabemos que transborda em seus pensamentos, ao mesmo tempo, os excelsos sentimentos de missão cumprida e o de saudade.

Sr. Almirante, com a devida vênia e apoiado nas tradições navais:

Sinaleiro ! içar na verga de boreste, os sinais:

– Bravo Zulu ! Manobra bem executada !
– Alfa Delta 28 ! Autorizada uma dose de rum !
– Recon Uniforme Whiskey ! Boa viagem !

Sinais que refletem a indelével marca de um timoneiro experimentado e a nossa gratidão!

Nos tempos difíceis, o dileto Chefe Naval manteve mãos firmes no leme, braceou as vergas, mareou o pano e manteve o navio no rumo; pois, como sabemos, não existe mar grosso para aqueles que sabem o porto de destino. De bordo, as tripulações formadas lhe apresentam VIVAS, desejando continuado sucesso e felicidades, extensivo à distinta família!

Ao iniciar a manobra, reitero a honra da confiança do Presidente da República e da oportunidade de servir a Marinha e ao Brasil, agradeço a Deus, aos espíritos superiores e a minha família pelas orientações e apoios que, certamente, ocorrerão ao longo dessa singradura, que ora tem início.

Geral de Comando, atenção ao início da manobra.

Marinha do Brasil: A Todo Pano !

Marinha do Brasil: A Todo Pano !

Viva a Marinha !

Viva o Brasil !

ILQUES BARBOSA JUNIOR
Almirante de Esquadra
Comandante da Marinha

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