Por Lieutenant Commander Grant Greenwell
Por mais de 25 anos, a US Navy tem buscado um pequeno combatente de superfície acessível, confiável e capaz. Hoje, como os Littoral Combat Ship (LCS) estão finalmente realizando implantações de rotina, é irônico que o que a Marinha procurava tenha sido construído em um estaleiro dos Estados Unidos na década de 1980, e tenha sido exportado apenas para servir na marinha de uma nação amiga. Esse navio é a Corveta da classe Badr.
Enquanto os LCS estão finalmente se tornando o que deveriam ser e as duas classes (Freedom e Independence) fornecendo empregos em vários estaleiros para apoiar os esforços de construção. O moderno design do LCS e os novos sistemas de propulsão têm um preço. O custo médio por navio é de cerca de US$ 500 milhões e os custos operacionais de US$ 50 milhões/ano por unidade, o que são quantias assombrosas para um pequeno combatente.
Com o descomissionamento dos Navios Patrulha Costeira da classe Cyclone já ter iniciado e os Navios Patrulha Mk VI tendo o mesmo destino, os LCS agora são os menores combatentes que a Marinha terá pelos próximos 10 a 20 anos. Ainda assim, com mais de 3.000 toneladas, os LCS não são nada pequenos, e por causa de seu alto custo e outros problemas, as compras foram limitadas.
Se a Marinha quiser aumentar a frota e substituir a classe Cyclone por um pequeno e capaz combatente, bem armado e barato, ela deve construir Corvetas da classe Badr. Com um deslocamento de pouco mais de 1.000 toneladas e movido por uma turbina a gás LM-2500 e dois motores diesel MTU, é armada com oito mísseis Harpoon, seis torpedos e um canhão de 76 mm na proa, elas são rápidas e capazes.
Nas décadas de 1970 e 1980, a Arábia Saudita comprou quatro corvetas da classe Badr, construídas pela Tacoma Boatbuilding no estado de Washington. sendo que todas ainda estão em serviço atualmente. Eu interagi com um dos navios quando os sauditas estavam patrulhando o Mar Vermelho. Eu era oficial de operações do USS Forrest Sherman (DDG-98) na época e tive a oportunidade de visitar Badr. Imediatamente após embarcar, poderia dizer que ela foi construída para o combate. Pequena, esguia e equipada da proa à popa com as mesmas armas que a Forrest Sherman tinha, me causando uma boa impressão.
Os Badr têm sistemas que ainda estão em uso nas classe Ticonderoga e Arleigh Burke, incluindo a turbina LM-2500, os radares SPS-40 e SPS-55, mísseis Harpoon e o CIWS Vulcan Phalanx. Com sensores e armas maduros, as peças e a infraestrutura já existem e poderiam ser facilmente atualizadas com novos sensores e armas conforme fosse necessário. Embora uma Badr tenha 25% do tamanho de um LCS (e provavelmente custaria 25%), ela possui capacidades antissuperfície (ASuW) e antissubmarino (ASW) comparáveis às do LCS.
Ao avaliar a capacidade de um Badr, é fácil notar que é uma plataforma versátil e letal por si só, podendo ser o pequeno combatente de superfície que a Marinha realmente queria. No entanto, uma reflexão mais aprofundada revela que o navio, embora formidável por conta própria, também complementa os outros combatentes de superfície atualmente no inventário da Marinha.
A velocidade e resistência da Badr permitem que ela acompanhe os destroieres da classe Arleigh Burke e seus sensores permitiriam uma fácil integração em arquiteturas de dados. Além disso, seus mísseis Harpoon (que poderiam ser substituídos/atualizados) fornecem uma capacidade ASuW que teve de ser adicionada aos LCS, porém tudo em um pacote menor.
Além de ser facilmente integrado às frota existentes, a Badr seria capaz de cumprir as missões de baixo custo que os LCS e PC foram projetados para executar. Com seu calado raso (menos de 9 pés), uma Badr é capaz de atracar em portos mais rasos e austeros para missões de cooperação de segurança. Possui capacidade de impor bloqueios, conduzir missões de combate ao tráfico de ilícitos e ainda fornecer reconhecimento e atividade de presença. Mesmo com sua suíte de sonar limitada, seus tubos de torpedo é um oponente digno contra ameaças de submarinos em águas rasas.
O descomissionamento da Classe Cyclone deixou a Marinha com uma lacuna de capacidade que a Badr poderia preencher adequadamente. Além de promover os primeiros comandos para jovens oficiais, algumas dezenas dessas Corvetas proporcionariam uma presença imponente no litoral. O seu canhão de proa, mísseis antinavio, torpedos e CIWS, todos embarcados em um casco pequeno e construídos nos Estados Unidos, devem tornar as Corvetas da classe Badr atraentes para a Marinha e o Congresso, que buscam adicionar navios e capacidade à Esquadra norte-americana.
(*): O Lieutenant Commander Grant Greenwell graduou-se em 2006 pela U.S. Naval Academy. Serviu no USS Cape St. George (CG-71); no Military Sealift Command; foi instrutor na Surface Warfare Officers’ School; oficial de operações a bordo do USS Forrest Sherman (DDG-98) e do Destroyer Squadron 50 e Comandante do USS Zephyr (PC-8). Ele será um aluno do National War College no próximo ano acadêmico e foi indicado para ser o Imediato do USS Lewis B. Puller (ESB-3).
FONTE: U.S. Naval Institute
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN