Brasília (DF), 23/12/2019 – Foi um ano atípico. De muitos desafios e realizações. As Forças Armadas foram convocadas para minimizar o desastre ambiental provocado pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho-MG. Atuaram, por dois meses, no combate aos focos de calor na Região Amazônica. Também reconheceram as manchas de óleo, nas praias do litoral nordestino.
O Ministro da Defesa, Fernando Azevedo, lembrou que os desafios financeiros também foram superados.
“Terminamos o ano de 2019 com o sentimento de dever cumprido. Nós atingimos todas as metas, demos respostas muito rápidas ao que foi solicitado ao Ministério da Defesa. Podemos levar adiante os projetos e programas principais das nossas Forças Armadas”, garantiu o ministro.
Logo em janeiro de 2019, houve o rompimento da barragem em Brumadinho. O Esquadrão Puma, da Força Aérea Brasileira (FAB), localizado na Ala 12 (antiga Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro), foi acionado para realizar buscas e salvamento em Minas Gerais. Durante 22 dias, os militares da FAB trabalharam 15 horas por dia, das 7h às 22h.
“Foi uma experiência muito emocionante, um dos momentos mais significativos para mim na Força Aérea Brasileira. Não tem pagamento ou recompensa maior do que estar lá, ajudando a população, o meu país”, disse o Primeiro-Tenente Felype Henryque, piloto da primeira aeronave das Forças Armadas que chegou em Brumadinho-MG.
Operação Verde Brasil e Amazônia Azul
No meio do ano, as Forças Armadas cumpriram decreto de Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA). A Operação Verde Brasil vigorou de 24 de agosto a 24 de outubro. Marinha, Exército e Aeronáutica, com apoio do IBAMA, ICMBio, agências estaduais e municipais, combateram quase 1.900 focos de incêndio. Foram aplicados 352 termos de infração, o que resultou na aplicação de R$ 141 milhões em multas.
“Desde o início, a Operação Verde Brasil foi um grande desafio. As Forças Armadas conseguiram dar uma resposta rápida ao problema, uma vez que a nossa dedicação exclusiva permitiu uma rápida mobilização dos meios, na criação de diversas bases”, afirmou o Major Gustavo Soter, oficial de operações da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, localizada em Porto Velho-RO.
Foram 45 acampamentos clandestinos e treze pontes clandestinas destruídos, e 127 pessoas detidas. Foram apreendidos 26.088 litros de combustíveis, 20 dragas, 178 embarcações e 112 veículos. “As equipes faziam rodízio para manter o atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, ao longo dos dois meses de operação”, destacou o Major do Exército Brasileiro.
A partir de setembro desse ano, o Ministério da Defesa, por intermédio da Marinha do Brasil, realizou a Operação Amazônia Azul – Mar Limpo é Vida, a fim de recolher as manchas de óleo das praias em 2.500 km de extensão do litoral nordestino.
“Os mergulhadores iam para as áreas onde havia manchas de óleo, orientados pelos órgãos ambientais como o Ibama e o ICMBio, e recolhiam os resíduos com as próprias mãos. Só na área de Recife, nós recolhemos em torno de 1,5 tonelada”, lembrou o Capitão de Corveta Pedro Dibo, mergulhador de combate da Marinha do Brasil.
Sete estados foram afetados em um total de 110 municípios brasileiros. Foram empregados 51 navios (47 da Marinha e quatro da Petrobras) e 24 aeronaves (13 da Marinha, seis da Força Aérea, três do IBAMA e duas da Petrobras). Participaram da operação sete mil militares da Marinha e cinco mil do Exército.
Nos 7º Jogos Mundiais Militares (JMM), disputados em 2019, em Whuan, na China, o Brasil obteve a 3ª colocação geral, com 88 medalhas, entre os 109 países participantes. Muitos dos atletas militares, integrantes do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR), deverão estar presentes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
O Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, em parceria com a Secretaria Nacional do Esporte, do Ministério da Cidadania, contribui para a transformação do Brasil em potência olímpica, criando um novo modelo, que se encontra em plena evolução e que representa um compromisso com as gerações futuras.
Programa Forças no Esporte, Projeto Soldado Cidadão e Projeto Rondon
No campo social, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou um decreto que ampliou e fortaleceu o Programa Forças no Esporte (PROFESP) e o Projeto João do Pulo. O ato proporcionará perenidade ao PROFESP, permitindo atender cerca de 40 mil jovens e crianças em 2020, por meio da ação integrada entre os Ministérios da Defesa, da Cidadania, da Educação e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
“Eu incentivei muito esse projeto. Ele é efetivo e com resultados significativos. Por causa da grande capilaridade das Forças Armadas, que estão presentes no Brasil inteiro, o PROFESP foi levado, inclusive, para Fernando de Noronha e para comunidades indígenas”, enfatizou o Ministro da Defesa, Fernando Azevedo.
Já o Projeto Soldado Cidadão (PJP), extensão do PROFESP, atende pessoas com deficiência de ambos os sexos, priorizando crianças e jovens. É uma ação desenvolvida pelo Ministério da Defesa, por intermédio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que destina recursos orçamentários para qualificar social e profissionalmente os jovens voluntários que prestam o serviço militar para ingressos no mercado de trabalho, depois do término de tempo de serviço.
O PSC foi lançado oficialmente pelo Governo Federal em 2004, beneficiando as três Forças Armadas e abrangendo todo o território nacional (26 Estados e o Distrito Federal). Desde a sua origem, há 15 anos, o projeto já beneficiou mais de 245 mil jovens, caracterizando o compromisso das Forças Armadas com a integração cívico-social dos cidadãos egressos do serviço. Em 2019, foram investidos no PSC R$ 6,5 milhões, beneficiando mais de 7,5 mil jovens.
Ao longo de 2019, o Programa Calha Norte (PCN) fez visitas a Organizações Militares e fiscalizou obras na Região Norte do Brasil. Atualmente, o PCN está presente em nove estados (Maranhão, Amapá, Roraima, Rondônia, Amazonas, Acre, Mato Grosso, a faixa de fronteira do Mato Grosso do Sul e Pará) e engloba 394 municípios.
O programa abrange 44,8% do território nacional, em regiões que fazem fronteiras com sete países: Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname (França) e Paraguai. Para o Diretor do Departamento do Programa Calha Norte, General de Divisão da reserva Ubiratan Poty, o PCN é fundamental para o presente e para o futuro do Brasil. “Precisamos garantir a soberania nacional e estimular o desenvolvimento regional”,
Somando as três ações realizadas pelo Projeto Rondon em 2019, mais de 800 estudantes e professores, de 80 instituições de ensino superior, envolveram-se em trabalhos voluntários.
Estão previstas quatro operações para o ano de 2020. A primeira, em janeiro, deve ocorrer em 20 municípios do estado do Paraná. Essa ação tem expectativa de participação de 412 rondonistas. Para julho do ano que vem, três operações estão programadas: uma com a participação de cerca de 200 alunos e professores de todo o país, em 12 municípios do estado da Bahia, e as outras duas ocorrendo no Distrito Federal e no estado do Rondônia.
Nesse ano, os projetos estratégicos de defesa, indispensáveis à soberania brasileira, prosseguiram com passos importantes: foi entregue a primeira aeronave KC-390; apresentado o primeiro caça Gripen; iniciados os testes de mar dos novos Submarinos Riachuelo e a integração do Submarino Humaitá. Tivemos, também, após 20 anos, a aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), na Câmara dos Deputados, representando a compreensão daquela casa sobre a importância do setor espacial para o futuro do País.
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Por Capitão-Tenente Fabrício Costa
Fotos: Divulgação/ MD
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)