Por James R. Webb
Como o Departamento de Defesa continua a cumprir seus planos de não entrar em contato com Cabul para ajudar o pessoal dos EUA e ajudantes afegãos na evacuação, as forças britânicas e francesas o fizeram para resgatar seus cidadãos, relataram vários meios de comunicação.
O Daily Mail informou que Londres enviou mais 300 soldados para Cabul especificamente para extrair os cidadãos britânicos presos no início da semana. Poucas horas depois de pousar em Cabul, as tropas britânicas recuperaram cerca de 200 cidadãos britânicos, relatou o Daily Mail. Há relatos de talibans caçando antigos funcionários do governo afegão, junto com os britânicos presos por trás de uma teia de postos de verificação alinhando a rota para o aeroporto.
Além disso, o France 24 relata que os militares franceses têm conduzido operações semelhantes desde segunda-feira. O presidente francês Emmanuel Macron agradeceu às forças de segurança francesas no Twitter para executar uma “operação sensível” que evacuou mais de 200 franceses e afegãos.
Notícias dessas operações dos parceiros da OTAN no Afeganistão fizeram alguns americanos pedir que Washington siga o exemplo. Matt Zeller, que serviu no Afeganistão como Oficial de Inteligência do Exército, e agora é membro da Associação de Aliados da Wartime, um grupo dedicado a realocar os afegãos que ajudaram os EUA, expressou sua frustração no Facebook.
“Alguns de nossos aliados da OTAN já descobriram melhores soluções. Alguns, como os franceses, estão apenas saindo com suas forças especiais e conseguem buscar o povo por quaisquer meios necessários. Sr. Presidente, se os franceses podem fazer isso, então nós também podemos”, escreveu Zeller.
As frustrações de Zeller derivam de uma cena caótica ao redor do HKIA (Hamid Karzai International Airport), que impede que possíveis evacuados cheguem à segurança. No início desta semana, Zeller disse que a situação em Kabul era terrível e que em alguns momentos era “pior que Saigon”.
“Eles precisam então começar a estabelecer corredores seguros em Cabul, para que as pessoas possam chegar ao aeroporto, porque o que acontece é que o Taliban erigiu pontos de verificação em todos os lugares.”
Ontem, a secretária de defesa Lloyd Austin disse que apesar dos EUA ter pelo menos 5.000 tropas no chão, ele não tem a “capacidade” para alcançar a HKIA.
“As forças que temos estão focadas na segurança do aeródromo. E você sabe o quão importante é, e você sabe o que acontece se nós perdermos a capacidade de fornecer essa segurança”, disse Austin a repórteres no Pentágono.
Os comentários de Austin vêm em meio a relatos de unidades militares britânicas e francesas fazendo com precisão em Cabul para garantir a segurança de seus cidadãos. Ocorrendo apesar do Daily Mail relatar que o número do contingente britânico tem menos de 1.000 soldados.
Em sua conferência de imprensa ontem, Austin reconheceu os desafios que os postos de controle do Talibanrepresentam para aqueles que procuram deixar o Afeganistão. No entanto, Austin afirmou que o governo dos EUA continuaria a negociar a passagem segura de evacuados com o Taliban em vez de agir.
“Nós voltamos ae reforçar com o Taliban que, se eles tiverem credenciais, eles precisam permitir a passagem”, disse Austin.
Quinta-feira de manhã, o secretário da imprensa de Pentágono John F. Kirby e o Maj. Gen. William D. “Hank” Taylor, vice-diretor de operações regionais e gestão de força para os chefes conjuntos de pessoal, reiterou que a missão militar dos EUA em Cabul é focada apenas em operações no HKIA.
Negociar com o Taleban para a passagem segura não é suficiente para Zeller e outros, particularmente à luz das ações tomadas pela Grã-Bretanha e pela França.
“É ímpio, cara”, disse Dane Bowker, que implantou várias vezes para o Afeganistão, inclusive com uma força-tarefa de operações especiais conjuntas.
Zeller terminou sua mensagem esta manhã, pedindo ao presidente para agir, já que a janela para voar para fora dos americanos e afegãos está se fechando rapidamente. Entre essas ações era uma solicitação para usar as tropas dos EUA no chão para garantir a passagem segura para aqueles que precisam de um vôo para fora.
“O Taliban não pode ser autorizado a permanecer à 100 metros dos fuzileiros navais dos EUA, onde podem cometer atrocidades na frente de nós sabendo que não faremos nada. Eles são bandidos. Nós somos os Estados Unidos da América. Mostre-lhes que não seremos intimidados. Use o poder de nossas forças para criar um corredor humanitário em Cabul, para que as pessoas possam chegar com segurança ao aeroporto sem esse caos e interferência constante do Taliban”, escreveu Zeller.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Military Times