Por Jay Weaver
KEY WEST, Flórida (Tribune News Service) – Um dia depois do Natal, um chinês levantou-se cedo porque, segundo ele, queria tirar fotografias do nascer do sol nas instalações da Estação Aérea Naval em Key West.
Foi apenas uma questão de tempo até que as testemunhas avistassem Lyuyou Liao às 6h50 da quinta-feira andando perto de uma cerca do perímetro e entrando na instalação militar pelas rochas ao longo da água. Eles alertaram Liao de que ele estava invadindo uma área restrita, conhecida como Anexo Truman, enquanto tirava fotos de prédios do governo perto de “instalações militares sensíveis”, segundo uma queixa criminal federal registrada na quinta-feira.
Então, a Polícia Militar dos EUA o viu tirando fotos com a câmera do celular, aproximou-se dele e deu uma olhada nas fotos. Os policiais chamaram imediatamente um agente federal, que prendeu Liao sob a acusação de entrar na propriedade naval com o objetivo de fotografar instalações de defesa.
Liao concordou em renunciar a seus direitos de Miranda e disse ao agente do Serviço de Investigação Criminal da Marinha em inglês que “ele estava tentando tirar fotos do nascer do sol”, de acordo com a declaração de queixa. Mas quando Liao forneceu a senha ao celular e permitiu que o agente visse as imagens, ele “observou fotografias do anexo de Truman na câmera”.
Liao, 27 anos, teve sua primeira aparição na corte federal na sexta-feira à tarde em Key West, através de uma conexão em vídeo com o magistrado Juiz Patrick Hunt em Fort Lauderdale e a advogada assistente dos EUA Karen Gilbert em Miami. Hunt nomeou o defensor público federal para representar Liao e agendou sua audiência de prisão preventiva para 6 de janeiro. Sua denúncia será uma semana depois.
A prisão de Liao marca a segunda vez desde o ano passado que um cidadão chinês foi acusado de tirar fotos de instalações de defesa na Estação Aérea Naval em Key West
Em setembro do ano passado, Zhao Qianli, que afirmou ser um estudante de música da China, foi pego pela polícia de Key West por invadir a Estação Aérea Naval de alta segurança. Mais tarde, ele disse às autoridades federais que se perdeu no caminho turístico e não percebeu que era uma base militar.
Os investigadores encontraram fotos e vídeos no celular de Qianli e em sua câmera digital que ele havia capturado em prédios do governo e em um campo de antena do Departamento de Defesa na base militar.
Qianli, 20 anos, declarou-se culpado em fevereiro por uma acusação de fotografar instalações de defesa nas instalações militares de Key West e foi condenado a um ano de prisão pelo juiz de distrito K. Michael Moore dos EUA. O juiz deu a ele a sentença máxima, que foi maior do que as diretrizes de sentença entre zero e seis meses. O escritório do advogado dos EUA tentou baixar para nove meses de prisão.
Em março seguinte, uma chinesa foi presa no clube privado do presidente Donald Trump em Palm Beach depois de entrar em Mar-a-Lago para participar de um suposto evento de “amizade das Nações Unidas” que ela sabia que havia sido cancelado antes de deixar a China.
Yujin Zhang, 33 anos, foi acusado de invadir uma área restrita e mentir para um agente federal. Em setembro, Zhang foi condenado em julgamento e sentenciado em novembro a oito meses de prisão – ou o tempo em que esteve sob custódia desde sua prisão – pelo juiz distrital Roy Altman.
Outra chinesa, Lu Jing, 56, foi presa em 18 de dezembro, depois de ter sido denunciada por invasão de propriedade e tirar fotos em Mar-a-Lago.
FONTE: Star and Stripes/Miami Herald
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
NOTA DO EDITOR: Esses episódios demonstram que atrás de uma aparente inocência, existe um trabalho de espionagem bem ativa em solo americano.