C-17 britânicos carregando armas para a Ucrânia sobrevoam o espaço aéreo alemão

Por John Vandiver

STUTTGART, Alemanha – Aviões de carga C-17 britânicos transportando sistemas de mísseis antitanque foram despachados para a Ucrânia, contornando o espaço aéreo alemão no processo, em um aparente esforço para agilizar a entrega do hardware.

“Tomamos a decisão de fornecer à Ucrânia sistemas de armas leves, anti-blindagem e defensivos”, disse o secretário de Defesa, Ben Wallace, em comunicado no domingo no parlamento britânico.

A medida veio em resposta ao “comportamento cada vez mais ameaçador” da Rússia, que reuniu mais de 100.000 soldados, tanques, artilharia de foguetes e mísseis balísticos de curto alcance na fronteira da Ucrânia. A entrega emergencial de armamento vem com tropas britânicas que fornecerão às forças ucranianas treinamento imediato sobre como usar o equipamento. Após o término do treinamento, as forças britânicas voltarão para casa, disse Wallace.

Os EUA também deram mais de US$ 2,5 bilhões em ajuda militar à Ucrânia desde 2014. O apoio incluiu foguetes antitanque Javelin e radares para reforçar as defesas aéreas.

Os voos militares do Reino Unido para a Ucrânia no fim de semana, rastreados por radar comercial, mostraram os C-17 contornando o espaço aéreo alemão, optando por uma rota mais longa sobre a Dinamarca e a Polônia ao se aproximar da Ucrânia. A rota de voo incomum levou alguns analistas de segurança a questionar se Berlim havia bloqueado os voos em conexão com a oposição alemã de longa data ao fornecimento de armas aos militares ucranianos.

Na segunda-feira, Berlim negou ter bloqueado os voos, dizendo ao jornal alemão Bild que um pedido de voo militar não havia sido apresentado pelo lado britânico. Ainda assim, a situação destacou o tipo de impasse burocrático que os aliados podem enfrentar quando o armamento precisa ser transportado rapidamente através das fronteiras.

Para a OTAN, um desafio na tentativa de deter uma possível nova invasão russa da Ucrânia tem sido conseguir que todos os aliados concordem sobre qual abordagem adotar. E a Alemanha, a potência econômica da Europa, encontra-se em desacordo com alguns Estados membros porque se opõe a medidas que podem ser vistas como provocativas por Moscou.

Além da oposição de Berlim a armar os militares da Ucrânia, a Alemanha deu continuidade ao projeto do gasoduto Nord Stream 2 com a Rússia, uma decisão que enfureceu os membros da OTAN no leste, bem como a Ucrânia. Os Estados Unidos também se opõem ao projeto de oleoduto russo-alemão.

Na quinta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve viajar a Berlim para conversas que provavelmente envolverão um esforço para fazer com que Berlim assuma uma postura mais dura em relação à Rússia.

Enquanto isso, Moscou continuou a reunir forças perto da Ucrânia, apesar das conversas na semana passada entre os EUA e a Rússia que visavam reduzir as tensões. O Departamento de Defesa alertou na sexta-feira que a Rússia também enviou agentes na Ucrânia para fomentar um pretexto para uma invasão. A Rússia negou essa acusação.

A Rússia indicou que, se não receber garantias de segurança, a principal delas é que a Otan impeça uma expansão para o leste, que poderá ser forçada a tomar uma ação militar na Ucrânia. Wallace, no entanto, disse que a Otan, como aliança defensiva, continua comprometida com uma política de portas abertas.

“Os países escolhem a OTAN; A OTAN não os escolhe”, disse Wallace. “Se a Rússia está preocupada com o alargamento, talvez devesse se perguntar por quê? Quando as pessoas eram livres para escolher, elas escolheram a OTAN.”

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

FONTE: Star and Stripes

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