O pioneirismo do Exército Brasileiro, na arte de voar em operações militares, ocorreu em 1867, na Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai). O então Marquês de Caxias, Patrono do Exército, utilizou, de forma inédita na América Latina, balões cativos para observar as tropas inimigas no campo de batalha.
Décadas após esse momento histórico, a Força Terrestre, em 1907 e 1908, com o apoio do Tenente Juventino da Fonseca, primeiro aeronauta militar brasileiro, cria o primeiro parque de aerostação militar no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Foi, sem dúvida, a primeira tentativa de criação da Aviação Militar com o emprego de balões.
A década de 1910 mostra ao Planeta a importância dos aviões em combate. Em 1914 e 1915, o Exército Brasileiro, de forma pioneira na América do Sul, emprega o avião, sob o comando do então Tenente Ricardo Kirk, piloto e Patrono da Aviação do Exército, para missões aéreas em apoio à Força Terrestre, na Campanha do Contestado (região entre os estados do Paraná e Santa Catarina).
Esses momentos históricos mostraram a importância e necessidade do apoio aéreo à Força de Superfície.
Com o fim da 1ª Guerra Mundial (1914 a 1918), o então Ministro da Guerra, General Alberto Cardoso de Aguiar, retomou a sua antiga ideia de criar uma Escola de Aviação no Brasil.
Em 1918, por solicitação do Governo Federal, o governo francês destacou para o Brasil uma missão de aviação, a fim de desenvolver e organizar os serviços de Aviação Militar no Exército Brasileiro. Essa missão ficou conhecida como “Missão Militar Francesa de Aviação” ou “Pequena Missão“.
Através do Decreto nº 13.451, de 29 de janeiro de 1919, ficou estabelecida a base para a reorganização do ensino militar e criação do curso de aviação.
“No Art 7º, do referido Decreto, fica estabelecido que há no Brasil:
a) um curso de aviação, que funciona na Escola de Aviação criada pela missão francesa em virtude de contrato e é destinado a ministrar a oficiais e sargentos do Exército ativo e a oficiais de reserva da 2ª classe de 1ª linha a instrução de pilotos, mecânicos e observadores, para o serviço aeronáutico do Exército.”
Estava criada a Aviação Militar do Exército Brasileiro
O período de 1919 a 1926, como Serviço de Aviação, foi fundamental para a consolidação dos meios aéreos da Força Terrestre: as primeiras turmas de pilotos, observadores e especialistas; as primeiras instalações no Campo dos Afonsos – RJ; os primeiros raides aéreos; os inéditos campos de aviação no Rio Grande do Sul, constituindo o Grupo de Aviação do Sul com as Esquadrilhas de Santa Maria e Alegrete; as primeiras aeronaves de instrução e combate.
A partir de 1927, o Serviço de Aviação passa por um grande processo de evolução e transforma-se na 5ª Arma do Exército, a Arma de Aviação. O novo período (1927 a 1941) foi repleto de novas realizações, evoluções e momentos que ficaram marcados na história da aeronáutica militar brasileira: a criação do 1° Grupo de Aviação do Rio de Janeiro (Grupo Misto de Aviação); o nascimento do Correio Aéreo Militar, gênese do Correio Aéreo Nacional; a participação em combate na Revolução Constitucionalista de 1932; a criação de diversos núcleos de regimentos, futuros corpos de base aérea, em todo o Território Nacional, com expansão das rotas aéreas para o interior do Brasil; a aquisição de novas e modernas aeronaves; o apoio à construção aeronáutica no Brasil.
Foram 22 (vinte e dois) anos, período de 1919 a 1941, de muita história e um legado que atravessou gerações. Diversos Patronos da Força Aérea Brasileira fizeram parte da 5ª Arma com o seu “Sabre Alado”.
A Aviação Militar foi fundamental para o sucesso dos nossos heróis dos ares que combateram na 2ª Guerra Mundial.
Parabéns “filhos altivos dos ares”, parabéns “bandeirantes audazes do azul”!
FONTE: Espaço Cultural da Aviação do Exército