Em 21 de abril de 1918, foi morto o barão Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho. Ele foi o mais conhecido piloto alemão na Primeira Guerra Mundial e sua fama extrapolou as fronteiras da Alemanha.
O próprio Manfred von Richthofen contou sua carreira de piloto de caças num livro publicado em 1917. A primeira edição do Der rote Kampfflieger (O piloto de combate vermelho) vendeu mais de 250 mil exemplares em um ano, sendo reeditado várias vezes.
Escrita em estilo altamente arrogante, a biografia ajudou a criar o mito de um grande herói de guerra. Como muitos dos filhos da nobreza da época, Richthofen ingressou no corpo de cadetes imperiais aos dez anos de idade. Posteriormente, tornou-se oficial de cavalaria. A carreira de oficial permitiu-lhe continuar praticando sua maior paixão – a caça.
Prazer em matar
No início de 1916, o tenente Richthofen passou a receber a formação de piloto de caça. Ele destacou-se por sua agressividade e, em pouco tempo, derrubara 16 aviões franceses e ingleses, o que lhe rendeu a Medalha de Honra ao Mérito, maior condecoração militar do Império Alemão, e o posto de capitão de esquadra. Tratava seus adversários como animais selvagens, e por vezes derrubava até dois ou três caças por dia.
Avião pequeno e ágil
Richthofen foi também um dos primeiros a pilotar um triplano Fokker, que estreou nas frentes de batalha no outono europeu de 1916. Era um avião de caça pequeno, tendo como principal arma sua agilidade e velocidade de decolagem. Em manobras, era impossível colocá-lo em mira, mas, se seguisse um rumo fixo, tornava-se alvo fácil. Foi isso o que provavelmente acabou com Richthofen.
Em 21 de abril de 1918, pouco antes de completar 26 anos, foi atacado pelas costas pelo piloto canadense Roy Brown, enquanto perseguia sua vítima de número 81. Ao mesmo tempo, infantes australianos dispararam do solo suas metralhadoras contra ele. Richthofen foi atingido por um tiro mortal.
Seu corpo foi enterrado com honras militares num pequeno cemitério de soldados no norte da França. Sua mãe de descreveria a morte do piloto como o martírio de um jovem cheio de ideais e heroísmo. Sete anos mais tarde, o cadáver foi exumado a pedido da família e sepultado em Berlim, novamente com honras militares e grande participação popular.
A Força Aérea alemã perdeu 7.700 pilotos na Primeira Guerra Mundial. Réplicas do triplano Fokker (que Von Richthoffen havia mandado pintar de vermelho para provocar seus adversários) estão expostas na maioria dos museus de tecnologia e aviação do mundo. “Manfred von Richthofen” virou nome de esquadras, quartéis, praças e ruas no país.
FONTE: DW