Medida não estava incluída em plano de paz anunciado na sexta; Putin afirma apoiar aceno de Poroshenko O presidente ucraniano Petro Poroshenko propôs neste domingo (22), em um discurso na televisão, abrir diálogo com os rebeldes pró-russos que não estejam envolvidos em atos de terrorismo, casos de assassinato ou tortura.
“O cenário pacífico é nosso principal cenário. Estou disposto a conversar com os que teriam adotado erroneamente posições separatistas”, disse.
Na sexta-feira (20), Poroshenko divulgou um plano de paz com 14 pontos para pôr fim ao conflito no leste do país. Nenhum deles citava o diálogo com rebeldes.
Até agora, as autoridades ucranianas se recusavam a negociar com os líderes dos rebeldes nas regiões de Donetsk e Lugansk, principais áreas de sublevação.
Entre as medidas do plano estão o desarmamento, a libertação dos reféns e a criação de uma zona de segurança de 10 km na fronteira entre Ucrânia e Rússia. Também na sexta, o presidente anunciou um cessar-fogo unilateral de uma semana, que não estava sendo cumprido até domingo.
As tropas ucranianas disseram estar respondendo aos disparos dos separatistas, que não aceitaram a trégua provisória.
O presidente russo, Vladimir Putin, manifestou seu apoio ao plano de paz de Poroshenko. O Kremlin confirmou, na sexta-feira, que Putin conversou com Poroshenko antes do anúncio das 14 medidas. O russo teria feito “uma série de comentários sobre o plano”, insistindo na necessidade de pôr fim “imediatamente à operação militar”.
Neste domingo, o líder russo declarou novamente apoio ao plano de paz em telefonemas com o presidente da França, François Hollande, e com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Ambos ligaram para pedir a Putin que procure negociar com a Ucrânia e controle a entrada de armas e combatentes pela fronteira com o país vizinho. Foi a segunda conversa entre eles desde quinta-feira (19).
“Putin apoiou a decisão de Poroshenko de fazer um plano de paz”, disse o Kremlin sobre os telefonemas.
“Foi destacado que as intenções expressadas pelo chefe de Estado da Ucrânia devem incluir um cessar-fogo real.”
Em Moscou, Putin disse à imprensa local que deve haver um fim para todas as ações militares no leste da Ucrânia. Ele afirmou que é necessário abrir um processo de conversações.
FONTE: Folha de São Paulo