Na mesma entrevista coletiva, o primeiro-ministro Arseniy Yatsenyuk classificou a movimentação como “uma declaração de guerra”.
Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), afirmou hoje que a movimentação da Rússia “ameaça a paz e a segurança da Europa” e o país deve “cessar suas atividades e ameaças” na Ucrânia. Ele estava prestes a iniciar uma reunião de embaixadores dos 28 países da Aliança Atlântica para debater a situação ucraniana.
A decisão vem no momento em que caminhões militares russos avançam pela estrada até Simferópol, capital da república autônoma da Crimeia, desde a cidade de Sebastopol, base da Frota do Mar Negro russa.
“O comando russo das tropas na Crimeia lançou um ultimato às forças ucranianas para que antes das 5 horas (meia-noite no Brasil) de hoje entregassem suas armas e abandonassem suas unidades”, afirmou Turchinov. As unidades militares teriam sido bloqueadas pelos russos. Os soldados ucranianos não ofereceram resistência e não houve ataque, disse o presidente interino.
O presidente russo Vladimir Putin desafiou pedidos de países ocidentais para recuar da invasão. Segundo ele, a Rússia tem o direito de proteger seus interesses na população de fala russa da Crimeia e de outras partes da Ucrânia.
Há poucas opções para os governos ocidentais para conter os movimentos militares russos. O Conselho do Atlântico Norte da Otan, responsável pelas decisões políticas, deve se reunir neste domingo com a Comissão Otan-Ucrânia.
Os Estados Unidos disseram que, em repúdio à invasão, suspenderão sua participação nos encontros preparatórios da reunião do G-8 que deve ocorrer em Sochi em junho. Até o papa Francisco se manifestou, pedindo orações pela Ucrânia e instando a comunidade internacional a apoiar o diálogo no país.
A Ucrânia já convocou seus reservistas e despachou o Exército para defender as fronteiras. Na frente diplomática, o ministro das Relações Exteriores foi orientado a denunciar a Rússia por descumprir o Tratado de Amsterdã, que foi assinado em 1994 e garantia a proteção da soberania da Ucrânia.
Não há, porém, sinais de ataques a russos étnicos na Crimeia, onde Moscou mantém uma importante base naval.
FONTE: Folhapress