A Turquia disse que vai pressionar a OTAN para considerar a derrubada pela Síria, de um jato turco, como um ataque a todos da aliança militar e colocou seus caças F-16 patrulhando a fronteira com a Síria.
O anúncio foi feito as vésperas de uma reunião da OTAN para discutir o incidente. Apesar de profunda frustração entre muitos países da OTAN sobre o conflito na Síria, onde a oposição diz que a repressão do presidente Bashar Assad contra um revolta popular armada já matou 14.000 pessoas, é improvável que a aliança militar realize um ação armada contra o Estado árabe.
O jato de reconhecimento desarmado RF-4E Phantom foi derrubado a 1,6km, já dentro do espaço aéreo internacional, e que os dois pilotos turcos ainda estão desaparecidos, disse o governo turco.
O vice-premier turco Bulent Arinc também disse pela primeira vez que as forças sírias abriram fogo contra um avião CASA, de busca e resgate, após a derrubada do RF-4E, mas não disse se o avião foi ou não atingido.
Arinc disse que a Turquia mantém o seu direito de “retaliar” contra o que chamou de “ato hostil”, mas acrescentou: “Nós não temos nenhuma intenção de entrar em guerra com ninguém.”
Ataque contra todos os membros
A Turquia quer que a OTAN considere a solicitação baseada no artigo 5º, que afirma que um ataque contra um membro da OTAN será considerado como um ataque contra todos os membros da organização.
O Conselho do Atlântico Norte, que inclui os embaixadores dos 28 países da OTAN, cheguem a um consenso e que todos os membros aprovem alguma ação. A reunião de terça-feira vem depois de a Turquia ter solicitado o artigo 4 º do Tratado, que permite que um país aliado possa solicitar tal consulta, se este sentir que a sua integridade ou sua segurança territorial foi ameaçada.
Questionado se a Turquia vai insistir no uso do artigo 5 º, Arinc disse: “Sem dúvida, a Turquia realizou aplicações necessárias no tocante aos artigos 4º e 5º.”
Arinc negou categoricamente as acusações sírias de que o avião teria sido abatido enquanto se encontrava voando baixo e dentro do espaço aéreo sírio.
O vice-premier admitiu que o jato, equivocadamente, entrou no espaço aéreo sírio enquanto voava a uma altitude de 200 pés e a uma velocidade de 300 nós, mas disse que deixou o espaço aéreo sírio imediatamente após a advertência de operadores de radar turco e que não recebeu nenhum aviso das forças sírias, durante os cinco minutos que voou dentro do território sírio.
Arinc reiterou que o avião não estava espionando a Síria, mas apenas testando as capacidades dos radares da Turquia.
“Não há dúvida de que os sírios deliberadamente abateram nosso avião no espaço aéreo internacional”, disse Arinc, acusando a Síria de agir com “sangue frio”.
FONTE: CBC News