O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse ontem que uma decisão dos EUA de enviar 1.500 soldados adicionais ao Oriente Médio é uma “ameaça à paz internacional”, informou a mídia estatal. “O aumento da presença dos EUA em nossa região é muito perigoso e uma ameaça à paz e à segurança internacional e deve ser enfrentado”, disse Zarif à agência de notícias oficial IRNA antes de voltar para casa após uma visita ao Paquistão.
Washington diz que os reforços, que vêm após a missão de bombardeiros B-52, um navio de assalto anfíbio e um sistema de defesa antimísseis, respondem a uma “campanha” aos recentes ataques aprovados pelo alto escalão do Irã. Liderança. Entre eles estão um foguete lançado na Zona Verde em Bagdá, explosivos que danificaram quatro navios-tanques perto da entrada do Golfo e um ataque de drones por rebeldes iemenitas em um importante oleoduto saudita. O Irã negou envolvimento em qualquer um dos ataques. “Os americanos fazem tais reivindicações para justificar suas políticas hostis e criar tensão”, disse Zarif.
Os Estados Unidos encerraram este mês as últimas isenções concedidas por amplas sanções unilaterais que foram restabelecidas após o abandono de uma referência nuclear de 2015 entre as grandes potências e o Irã em maio do ano passado. No início deste mês, no primeiro aniversário da retirada de Washington do acordo, Teerã anunciou que estava revertendo alguns dos limites de suas atividades nucleares que havia concordado com o acordo. Ameaçou suspender mais se não houvesse nenhuma ação das grandes potências no prazo de 60 dias em honrar seus próprios compromissos de alívio de sanções.
As potências européias denunciaram a ameaça do Irã de retomar o trabalho nuclear, mas conclamaram os EUA a não aumentar ainda mais as tensões com o aumento do poderio militar. Os sucessivos desdobramentos dos EUA levantaram preocupações, mesmo entre os governos próximos a Washington, de que o malabarismo com Teerã poderia levar a um perigoso erro de cálculo. O sultanato do Golfo de Omã, que funcionou como intermediário entre o Irã e os Estados Unidos no passado, disse que estava tentando reduzir as tensões, após uma visita a Teerã esta semana pelo ministro do Exterior para assuntos externos, Yusuf bin Alawi bin Abdullah. Na terça-feira, o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, anunciou que estava enviando delegações para os Estados Unidos e o Irã, numa tentativa de aliviar as tensões entre os dois países, que são os principais aliados de Bagdá.
FONTE: The Peninsula
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN