Por MAREX
Na sexta-feira, o conglomerado industrial alemão ThyssenKrupp anunciou que está reorganizando sua unidade Marine Systems, colocando-a diretamente sob a administração do grupo corporativo.
O movimento não é inesperado, devido aos desafios enfrentados pela divisão de construção naval da empresa, e pode ser o prelúdio de uma venda. Anteriormente, o CEO da ThyssenKrupp, Heinrich Hiesinger, tentou vender a divisão submarina da Marine Systems em 2014, e em junho, a empresa disse estar considerando a venda de sua divisão de navios de superfície. Analistas financeiros e investidores em fundos de hedge sugeriram que a empresa poderia melhorar sua estrutura geral vendendo a ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) a um concorrente, como o Naval Group da França.
A divisão anterior da Marine Systems, a ThyssenKrupp Industrial Solutions, continuará sua linha principal de negócios. “Agora, tomamos as medidas necessárias para permitir que a Industrial Solutions se concentre inteiramente na construção de usinas”, disse Guido Kerkhoff, novo CEO interino da ThyssenKrupp AG.
A ThyssenKrupp já anunciou um esforço para cortar cerca de 2.000 empregos em todos os segmentos da unidade Industrial Solutions, que perdeu dinheiro nos últimos dois anos.
A ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS) sofreu um grande revés em março, quando a agência alemã de aquisições BAAINBw a eliminou da licitação do contrato de fragata MKS 180 da Deutche Marine, no valor de US $ 4 bilhões. A agência citou uma alta cotação do TKMS e problemas de qualidade com uma classe anterior de navios construídos pelo TKMS, as fragatas da classe F-125. A TKMS e seus subcontratantes experimentaram atrasos significativos e custos excedentes durante o programa F-125, e o governo alemão devolveu o navio principal na classe devido a problemas de qualidade, sendo a primeira vez que isso ocorreu na história da Marinha alemã.
A TKMS voltou a entrar na licitação para a nova classe MKS 180, desta vez como parceira em uma proposta apresentada por um concorrente, a German Naval Yards.
Separadamente, a TKMS também enfrenta alegações de suborno relacionadas à venda de três submarinos diesel-elétricos para Israel. No início deste mês, promotores israelenses ordenaram a prisão de quatro funcionários públicos altamente colocados em conexão com o caso de corrupção, incluindo David Sharan, ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: The Maritime Eecutive