O pânico está se espalhando na ilha sueca de Gotland. Especialistas militares exigem envio de cinco mil militares à ilha e políticos locais querem minar a sua costa.
Nesta terça-feira o canal de televisão TV4 Nyheterna, mostrou o desejo de um político local do Partido popular, Ulf Klasson, de criar cavidades especiais sob três portos de Gotland: Slite, Klintehamn e Visby. Essas cavidades podem ser minadas para impedir a invasão hipotética de um adversário. A Rússia é considerada como a maior ameaça.
“Gotland é uma ilha estratégica no Báltico. Queremos parar a invasão hipotética para poder receber ajuda do continente”, manifestou Klasson numa entrevista ao Dagens Nyheter (DN).
Além disso, seria inaceitável que o potencial adversário possa desativar minas antes da chegada do reforço do continente. Karlis Neretnieks, antigo reitor do Instituto da Defesa opina que na ilha devem ficar 1.500 militares, 20-30 tanques, 50 blindados, um batalhão de artilharia e uma bateria de defesa antiaérea com o pessoal de 200 soldados.
A ilha de Gotland, que neste momento é quase desmilitarizada, só tem interesse para turistas, mas segundo Karlis Neretnieks, a invasão teorica de Gotland pode ameaçar os países bálticos, que a OTAN não conseguirá proteger neste caso.
O especialista militar sueco acha que os habitantes locais tomam a sério a ameaça russa e por isso não estarão contra a presença de militares. Peter Mattson, do mencionado Instituto da Defesa por sua vez, frisa o fato que o porto de Slite foi equipado pela companhia russo-alemã Nord Stream devido ao transporte de gás através do mar Báltico. Ele acha estranho que a possibilidade de minar o porto não tenha sido prevista desde o início e opina que isto é um plano astucioso da Rússia.
Segundo as palavras de Mattson, a OTAN, os países bálticos e a Polônia estão muito preocupados com o fato que a Suécia não poderá proteger Gotland.
“A nossa percepção de ameaças não é ingênua e está baseada em fatos. Vimos na Ucrânia que há uma vontade política pronta a usar a potência militar”, manifestou.
Vale lembrar que durante muitos anos a Suécia seguia a política de não envolvimento em blocos e alianças militares, por isso não tem obrigações de ajuda mutua em relação aos países bálticos e sobretudo com relação à OTAN. Então quer dizer que os militares suecos estão prontos a se envolver por conta própria ou que a decisão de adesão à OTAN já foi tomada.
Entretanto, o mencionado especialista militar Peter Mattsson fez uma estimativa desta atitude: segundo ele, para proteger a ilha será preciso um contingente de 3.000-5.000 soldados. Será preciso um batalhão de defesa antiaérea de 675 pessoas com duas instalações diferentes que poderão atacar helicópteros e abater mísseis de cruzeiro. Além disso, mais 460 militares com baterias de mísseis deverão ser alojados na costa. Curiosamente a população total da ilha é de cerca de 58 mil pessoas.
Os volumes estimados por Mattson constituem cerca de um terço de despesas militares da Suécia.
Submarinos inimigos ainda não foram vistos perto do litoral de Gotland. Porém, várias vezes por dia chega uma balsa da Suécia continental. Será que em breve os passageiros poderão sentir fortes emoções descendo à costa minada?
FONTE: Sputniknews