Os países membros da OTAN estão sendo forçados a investir mais na área da defesa, consequentemente serão canalizados bilhões de euros para obter novo material bélico do mais diverso tipo. Com a cúpula da OTAN prevista para o fim de maio, a empresa sueca Saab espera ter uma década de aumento das vendas.
Ameaças reais e imaginadas, bem como o objetivo comum da OTAN de alocar pelo menos 2% do PIB de cada país à defesa, fazem com que os políticos europeus sejam obrigados a aumentar as despesas destinadas a este setor. Embora a maioria dos recursos seja gasta em pessoal e novas instalações, é também necessário novo equipamento, aumentando a demanda pelo mais diverso material, desde munições até caças caros.
O presidente da Saab, Hakan Buskhe, está bastante otimista quanto às perspectivas de modernização militar na Europa por causa do “agravamento da segurança”.
“Estamos perante um período de tensão aumentada, que pode durar 10-15 anos, e esperamos aumentar o número de encomendas”, disse o diretor ao jornal sueco Svenska Dagbladet.
Se mais países se decidirem a cumprir o objetivo orçamental da OTAN, a demanda por equipamento militar poderá aumentar cerca de 25% nos anos que veem, afirmou Hakan Buskhe, mencionando o interesse crescente pelo equipamento de radar da SAAB, especialmente pelo sistema GlobalEye.
“Conseguem acreditar que lançamos o GlobalEye apenas há um ano? Resumindo as capacidades e o sucesso do primeiro ano”.
No entanto, os produtos mais procurados da empresa continuam sendo os caças do tipo Gripen e os submarinos.
“Na esfera que cobrimos há mais de 50 submarinos que têm que ser substituídos nos próximos anos”, contou Hakan Buskhe, entusiasmado, ao Svenska Dagbladet.
Todavia, o problema é que o mercado europeu de armas está muito pulverizado, o que provoca competição severa e afeta a eficiência. Há três sistemas de caças concorrentes, cerca de uma dúzia de plataformas de veículos blindados e um número significativo de estaleiros para navios e submarinos.
Essa desintegração se deve à prioridade dos interesses nacionais. Por exemplo, em 2015 a Saab reiniciou o projeto fracassado do submarino A26, que foi começado no início dos anos 1990, permaneceu congelado durante os anos 2000 e finalmente foi cancelado dado o desentendimento entre o grupo industrial alemão Thyssen Krupp’s e o governo sueco.
“Silêncio sofisticado: o submarino A26 da Saab lança novos padrões em operações furtivas”.
Após décadas de desarmamento e baixos gastos com a defesa, a UE e a OTAN fizeram uma viragem impressionante. O passo-chave foi dado durante a cúpula da OTAN no País de Gales, onde o objetivo de 2% foi indicado a todos os países-membros. A analista Fenella McGerty, da editora britânica Jane’s Information Group, prevê que as despesas militares dos membros europeus da OTAN atinjam 1,6% do PIB, com grandes investimentos em tanques, veículos blindados e de transporte de tropas. Espera-se que só em veículos militares sejam gastos ao todo $90 bilhões (R$ 294,2) entre 2016 e 2025. A Suécia, cujas despesas militares desceram para quase 1% do PIB após anos de cortes, também está entre os países prontos a mudar de política nesta área.
FONTE: Sputnik