Em 2014, o Ministério russo da Defesa procederá a compras generalizadas de equipamentos e fardamentos Ratnik (Guerreiro) destinados para um “soldado do futuro”.
O conjunto inclui armas ligeiras modernas, meios de proteção, comunicação e reconhecimento militar.
A encomenda prevê a aquisição de dezenas de milhares de novos conjuntos do gênero para o Exército. Uma atenção especial será dispensada para os meios de proteção de soldados em combate – um colete à prova de bala, reforçado com painéis cerâmicos de compósitos, resistente aos efeitos de armas de fogo e perfurantes. Um macacão de fibra Alutex será capaz de resistir aos estilhaços de granadas e minas.
O novo conjunto de equipamentos integra ainda novas armas de fogo. Em setembro de 2013, no âmbito do Ratnik, foram anunciados testes de novas armas automáticas em substituição aos AK-74. O vencedor do concurso ainda não foi selecionado, embora esteja bem claro que AK-12 de 5ª geração agora não tem concorrentes. As suas provas deverão ser concluídas na primavera do ano em curso. Mas aqui também existem certas ressalvas, considera o redator-chefe da revista Nezavissimoie Voennoe Obozrenie (Revista Militar Independente), Viktor Litovkin:
“Ainda não se sabe se o fuzil automático AK-12 fará parte do equipamento do Ratnik, apesar de possuir uma precisão de tiro maior e ser composto de materiais novos. O AK-12 está munido de chapa Picatinny (Picatinny rail) em que se pode fixar vários dispositivos adicionais – aparelhos de pontaria noturna e até um computador compacto. O Ak-12 tem a reputação de uma arma polivalente, de manejo fácil e conveniente, de elevada precisão”.
Todavia, para dizer verdade, na Rússia existem armas que superam um pouco o AK moderno. Por exemplo, a metralhadora Nikonov AN-94, AEK-971 da empresa mecânica Kovrov que possuem a capacidade de fogo cerrado por rajadas 1,5-2 vezes mais alta do que o AK-74M. Por isso, o Estado Maior e a Agência de Armamentos têm a última palavra. No momento, é difícil prever por qual dessas armas estas duas instituições irão optar.
Vale acrescentar que o conjunto Ratnik constitui uma base para passar ao uso de equipamentos e fardamentos modernos. Várias unidades militares deverão utilizar arma que mais lhes convém. Os elementos da Infantaria Motorizada podem ser dotados de uma arma, as unidades de reconhecimento militar – de outra, os franco-atiradores – com um fuzil automático bem diferente de primeiras duas.
Uma atenção especial será dedicada aos meios de comunicação, navegação e comando. Segundo demonstrou o conflito na Ossétia do Sul, ocorrido em 2008, os equipamentos militares do Exército russo tem algumas deficiências, sobretudo, na área de comunicações. O Ratnik tem de suprir essa falta, realçou Viktor Litovkin:
“No elo tático, o sistema de comunicações tem revelado certos defeitos. Basta apreciar resultados das manobras do ano passado. A situação com os dispositivos de navegação é um pouco melhor. Os militares se têm queixado de um excessivo peso das estações de rádio portáteis, de instabilidade das comunicações. Os respectivos setores têm o que propor aos militares, mas os novos equipamentos devem ser ligeiros, resistentes à lama, ao frio, ao calor e à água, devendo a comunicação ser muito estável”.
O Ratnik abrange ainda o conjunto Strelets que incorpora os meios de comunicação, de indicação de alvos, informação e identificação. O Strelets estabelece a comunicação tanto entre os soldados no campo de batalha, como entre os elementos em combate e o comando das tropas.
O Ratnik tem o peso de 20 kg, ou seja, 6 kg menos do que o análogo francês FELIN (Fantassin a Equipement et Liaisons Integres). Na criação de novos equipamentos participaram dezenas de empresas militares russas e centros científicos. Por isso, podemos afirmar que o Ratnik vem representando novas ideias tecnológicas e inovações com o uso obrigatório de materiais mais sofisticados.
Fonte: Voz da Rússia