Embaixador russo nas Nações Unidas diz que envio de armamento ao “Estado Islâmico” é feito por meio de três organizações humanitárias turcas. Turquia nega acusação.
“O principal fornecedor de armas e equipamentos militares para combatentes do EI é a Turquia, que faz isso por intermédio de organizações não governamentais”, afirma Churkin na carta datada de 18 de março.
As três organizações citadas pelo embaixador são as fundações Besar e Iyilikder e a Fundação para as Liberdades e os Direitos Humanos (IHH, na sigla em turco). Elas teriam enviado comboios com “vários suprimentos” aos grupos armados.
Ainda segundo a carta, as remessas são supervisionadas pela própria Organização Nacional de Inteligência da Turquia e são transportadas principalmente por veículos que cruzam as fronteiras “como parte de comboios humanitários”.
Churkin também citou duas empresas turcas, Tevhid Bilisim Merkezi e Trend Limited Sirketi, ambas com sede em Sanliurfa, que estariam fornecendo componentes químicos e detonadores aos combatentes extremistas sírios.
Segundo o embaixador, cerca de 1,9 milhão de dólares em explosivos e produtos químicos já passaram pela fronteira turca em direção à Síria, principalmente através do rio Eufrates.
A Missão Permanente da Turquia na ONU negou com veemência as acusações. Em declarações à agência de notícias Associated Press, a missão afirmou que a carta “obviamente contém alegações infundadas” e lembrou que muitos cidadãos turcos morreram em ataques do EI.
Essa não é a primeira vez que a Rússia acusa a Turquia de apoiar grupos extremistas na Síria. Moscou luta ao lado de Damasco na guerra civil que assola o país árabe há cinco anos. As denúncias se intensificaram depois que Ancara abateu um caça russo, em novembro do ano passado.
FONTE e FOTO: DW