Reino Unido marca votação nuclear e Otan destaca necessidade de intimidação

British Prime Minister David Cameron arrives for sessions of the second day of the NATO Summit, in Warsaw, Poland, Saturday, July 9, 2016. US President Barack Obama and leaders of the 27 other NATO countries are taking decisions in Warsaw on how to deal with a resurgent Russia, violent extremist organizations like the Islamic State, attacks in cyberspace and other menaces to allies' security. (AP Photo/Alik Keplicz)
Damid Cameron (AP Photo/Alik Keplicz)

Por Robin Emmott e Wiktor Szary

VARSÓVIA (Reuters) – O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que está deixando o cargo, marcou para 18 de julho uma votação no Parlamento para decidir sobre a renovação do potencial nuclear dissuasivo do Reino Unido, em uma medida surpresa aparentemente voltada a destacar o comprometimento de Londres com a segurança europeia durante uma cúpula da Otan.

As divisões políticas sobre a substituição ou não de submarinos Trident, apoiada a princípio pelo Parlamento em 2007, têm despertado dúvidas sobre a afirmação do Reino Unido como potência militar, amplificadas recentemente pela escolha britânica de deixar a União Europeia.

Durante uma cúpula da Otan, Cameron disse ser tempo de colocar “para além da dúvida” a decisão sobre a renovação da frota defasada de quatro submarinos carregados com armas nucleares.

“Hoje posso anunciar que vamos realizar uma votação parlamentar em 18 de julho para confirmar o apoio dos membros do Parlamento para a renovação de uma frota completa de submarinos capazes de proporcionar uma defesa contínua”, disse Cameron em uma entrevista coletiva.

Cameron, que entregará o cargo de primeiro-ministro em setembro, também defendeu sua decisão de não deixar para um novo líder britânico a convocação da votação, que deve aprovar a renovação da frota devido ao grande apoio do partido Conservador.

O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, tem apoiado a renovação, mas seu novo líder, o parlamentar veterano de extrema-esquerda Jeremy Corbyn, um ativista antiguerra, se opõe aos planos. O Partido Nacionalista Escocês quer que os submarinos Trident, que ficam baseados na Escócia, sejam aposentados.

“A dissuasão nuclear continua essencial, na minha visão, não somente para a segurança britânica, mas como nossos aliados tomaram conhecimento aqui hoje, para a segurança geral da aliança da Otan”, disse Cameron, que renunciou ao cargo no mês passado após um referendo sobre a permanência da Reino Unido na União Europeia.

Cameron fez o anúncio num momento em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte ressalta a importância de sua dissuasão nuclear no documento final da reunião de cúpula, endurecendo a linguagem de um comunicado de dois anos atrás, em uma advertência indireta à Rússia. O secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, está preocupado com o fato de a Rússia poder estar abaixando a barra para o uso de armas nucleares.

“As forças nucleares estratégicas independentes do Reino Unido e da França têm um papel dissuasor que contribuem para a segurança geral da aliança”, disse o comunicado.

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