Por: Aaron Mehta e Valerie Insinna
WASHINGTON – Raytheon e Leonardo decidiram que não irão mais “participar conjuntamente” na concorrência do treinador T-X da Força Aérea americana, deixando a porta aberta para a Leonardo participar do programa sem uma parceria com um contratante principal dos EUA.
Raytheon fez o anúncio nesta quarta-feira em uma breve declaração que disse que as “empresas não conseguiram chegar a um acordo comercial que fosse o melhor para o interesse da Força Aérea dos EUA.”
A declaração de Leonardo, emitido pouco depois, repetiu o comunicado da Raytheon quase palavra por palavra, exceto por uma frase:
“A Leonardo está avaliando como aproveitar as capacidades fortes e potencial do T-100, no melhor interesse da Força Aérea dos Estados Unidos”.
Embora o porta-voz da Raytheon, BJ Boling confirmou que Raytheon não vai mais participar do programa, e a separação não exclui a Leonardo de continuar a na competição T-X com sua oferta do treinador T-100. Leonardo já vendeu o M-346, em que o T-100 é baseado, para a Itália, Israel, Polônia e Cingapura.
As tensões existiam entre as duas empresas sobre o acordo de negócios para o avião, com a parceria em perigo desde uma reunião em outubro que parecia ter melhorado a relação. Fontes disseram ao Defense News que a questão centrou-se sobre onde o avião iria realmente ser feito.
Poucos dias depois dessa reunião, a Raytheon anunciou que Meridian, Mississippi, seria o local da sua montagem e Final Assembly and Check Out (FACO), caso as empresas vencessem o contrato T-X. A empresa estima que o prêmio iria trazer cerca de 450 postos de trabalho para a FACO.
Embora funcionários da Raytheon afirmassem que pelo menos 70% do treinador, incluindo sistemas de terra, seria fabricado nos Estados Unidos, a empresa nunca explicitou totalmente quanta responsabilidade a instalação nos EUA teria no processo de montagem do T-100.
A Leonardo originalmente se juntou com a General Dynamics no T-100, mas a GD saiu em março de 2015. Defense News foi o primeiro a relatar que a Raytheon estaria se juntando na oferta do T-100, em setembro daquele ano. As empresas fizeram a parceria em fevereiro de 2016.
A retirada de Raytheon deixa pelo menos quatro potenciais candidatos na concorrência TX. A Lockheed Martin pretende oferecer o T-50A, uma versão modificada do treinador T-50 da Korean Aerospace Industries, usado por Coreia do Sul e Indonésia, entre outras nações. A Boeing e a Northrop Grumman estão perseguindo separadamente projetos novos. E a Sierra Nevada se uniu com a Turkish Aerospace Industries para projetar o “Freedom Trasiner”, o mais recente concorrente na concorrência T-X.
A Força Aérea americana planeja comprar 350 aeronaves TX e espera selecionar um único fornecedor este ano.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
Tom Kington contribuiu para esta história.
FONTE: Defense News