A Indonésia pode tornar-se outro país, além da China e do Brasil, ao qual a Rússia vai propor os seus caças mais avançados Su-35. Segundo o ministro da Defesa da Indonésia Purnomo Yusgiantoro, o caça russo é um dos candidatos para substituir os velhos aviões norte-americanos F-5 Tiger.
Poderá se tratar da compra de 16 aviões no âmbito do plano estratégico de desenvolvimento das forças armadas nacionais no período de 2015-2020. Os outros candidatos, segundo o comandante supremo do Exército da Indonésia general Muldoko, são os F-15 e F-16 norte-americanos e o JAS-39 Gripen sueco. No total. Estão sendo considerados 5-6 modelos de caças estrangeiros.
Em primeiro lugar, chama atenção a diversidade das opções consideradas pela liderança militar indonésia. A Indonésia adquiriu 16 caças usados F-5E/F na Bélgica na década de 1990. Naquela época, esses aviões já eram considerados desatualizados (o F-5 voou pela primeira vez em 1959, e o F-5E – em 1972), mas em alguns países eles ainda são usados como caças-bombardeiros baratos e de fácil manutenção (na Indonésia os F-5E eram considerados “caças multifunções”).
Atualmente, os indonésios mantêm em serviço 11 F-5E. Devido ao muito desgaste, esses aviões que estavam em serviço do 14º esquadrão da Força Aérea foram colocados em reserva. Como um substituto, estão sendo considerados tanto caças multifunções, pesados e caros, com longo alcance (Su-35, F-15), como aviões monomotor F-16 mais leves e aviões ligeiros suecos Gripen. Provavelmente, estão sendo consideradas opções também de outros fabricantes europeus e possivelmente chineses.
Aparentemente, ainda não está resolvida a questão de qual será o uso tático do futuro 14o esquadrão rearmado. Tão pouco há clareza na questão de fontes de financiamento para o seu rearmamento. Atualmente, das máquinas consideradas os indonésios já estão usando F-16, além disso, o 11o esquadrão da Força Aérea está equipado com Su-27 e Su-30.
É evidente que a decisão de compra de aviões será tomada principalmente com base em considerações políticas e financeiras. Do ponto de vista militar, a aquisição de um caça pesado moderno, como o Su-35 ou as últimas versões do F-15, fortaleceria seriamente a posição da Indonésia como um estado de ilhas que controla uma vasta área marítima e numerosas ilhas carentes de infraestrutura para basear sua aviação. O Su-35, com o seu longo alcance e radar que permite detectar alvos como caças de 4a geração a uma distância de até 400 km, seria o avião de combate mais potente da região (excluindo os esperados Su-35 da Força Aérea chinesa). O avião permitiria também realizar missões de ataque a alvos terrestres com armas de alta precisão.
Para a Rússia, a promoção desse avião em mais um país seria uma conquista importante, fortalecendo a posição do Su-35 como um produto de exportação promissor. Ao mesmo tempo, é bem possível que a Indonésia siga o caminho de substituição mais barata possível dos desatualizados F-5E com máquinas ligeiras baseadas em aviões de treinamento e combate a jato. Por exemplo, a Indonésia poderia muito bem seguir o exemplo do Iraque, adquirindo caça ligeiro multiuso coreano FA-50, criado com base no T-50 Golden Eagle de treinamento e combate.
Hoje, a Indonésia já está usando essas máquinas na sua modificação básica, de treinamento. A questão de escolha do avião será, principalmente, uma questão de avaliação pelos indonésios da situação político-militar na região. Pretende o país, seguindo todos os vizinhos, se rearmar ativamente ou está disposto a se satisfazer em manter capacidades mínimas de controle do seu espaço aéreo e apoio aéreo a tropas terrestres?
Fonte: Voz da Rússia