A Rússia reconheceu nesta segunda-feira, de forma unilateral, a independência das regiões separatistas de Donetsk e Luhansk no território soberano da Ucrânia. Kiev marcou de imediato um Conselho de Segurança e a União Europeia deve avançar com sanções econômicas contra Moscou.
A Presidente da Comissão Europeia disse que “o reconhecimento de dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante da legislação internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk. A UE e os seus parceiros vão reagir com união, firmeza e determinação em solidariedade à Ucrânia”, escreveu Ursula von der Leyen pelas redes sociais, depois do porta-voz dos “27”, Josep Borrell, ter antecipado a aplicação de sanções europeias à Rússia.
Após enviar mensagens contraditórias consoante aos destinatários sobre as respetivas intenções na Ucrânia, Vladilir Putin difundiu uma longa mensagem televisiva, onde discorreu um vasto rol da sua própria versão da história da Ucrânia, fez acusações à NATO e aos Estados Unidos e concluiu com o reconhecimento das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk.
Horas antes, o Presidente russo teve pelo menos duas conversas telefônicas com o homólogo da França sobre a situação na Ucrânia, com quem concordou da importância de prosseguirem as conversações no “formato Normandia” (que inclui ainda a Alemanha e a Ucrânia), de onde saíram os acordos de Minsk, agora condenados pelo reconhecimento da pretensão dos rebeldes ucranianos pró-russos.
Em cima da mesa tinha ficado também a preparação de um encontro de Putin com o Presidente dos Estados Unidos. Aguarda-se uma reação de Joe Biden ao reconhecimento das repúblicas ucranianas. O encontro entre os dois presidentes deveria começar a ser preparado na quinta-feira, em Genebra, entre os respetivos chefes de diplomacia, Sergei Lavrov e Antony Blinken.