O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (30) que o Irã mentiu sobre não buscar armas nucleares e que continuou preservando e expandindo seu conhecimento mesmo após assinar um acordo com potências mundiais.
“Os líderes do Irã negam repetidamente a busca por armas nucleares”, disse Netanyahu. “Hoje à noite eu estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mentiu.”
“Depois de assinar o acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou esforços para esconder seus arquivos secretos”, afirmou. “Em 2017, o Irã transferiu seus arquivos de armas nucleares para um local altamente secreto em Teerã.”
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Posição dos EUA
Logo após a denúncia de Netanyahu, Donald Trump voltou a ensinuar que planeja se retirar do acordo nuclear com o Irã, que foi firmado em julho de 2015. O presidente americano disse que não acredita que a medida prejudicará seus contatos com a Coreia do Norte. Ele também respaldou as novas informações do primeiro-ministro de Israel.
“O que nós aprendemos hoje sobre o Irã demonstra realmente que eu estou 100% certo”, disse o presidente americano sobre o acordo, em conferência na Nigéria.
Trump precisa decidir até o dia 12 de maio se vai retomar as sanções econômicas dos Estados Unidos contra Teerã, o que seria um forte golpe para o acordo nuclear entre o Irã e seis grandes potências (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha).
Na época em que o pacto foi firmado, o documento previa a eliminação de todas as sanções internacionais contra o Irã, além da saída da lista de países sancionados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para isso, o país assegurou que o programa nuclear não teria um caráter militar, sem fabricação de armas atômicas e com objetivos exclusivamente pacíficos.
Irã responde
De acordo com a agência de notícias Tasnim, o Irã afirmou que as alegações de Israel sobre o programa nuclear de Teerã são “infantis e ridículas” e buscam afetar a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“O show de Netanyahu foi um jogo infantil e ridículo…O programa planejado antes do prazo final de 12 de maio é para afetar a decisão de Trump sobre o acordo nuclear do Irã”, disse o ministro de Relações Exteriores Abbas Araqchi, segundo a Tasnim.
Mais cedo, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, exigiu que os Estados Unidos deixem o Oriente Médio e alertou os americanos sobre as consequências de um conflito militar com o país. Ele acusou Washington de atiçar uma “crise regional”.
Os comentários foram transmitidos via TV Estatal iraniana. Khamenei disse também que, se os americanos entrarem em um conflito militar com o Irã, serão “prejudicados de modo multiplicado” e que qualquer potência que tentar desafiar seu país será derrotada.
“Quem deve ir embora são os Estados Unidos, não a República Islâmica (do Irã). Somos desta região: o Golfo Pérsico e a Ásia Ocidental são o nosso lar”, afirmou.
“O tempo de bater e fugir acabou. Agora, se você bate, o golpe será devolvido. Sabem que se atacarem receberão um contra-ataque mais forte”, afirmou Khamenei.
FONTE: G1 via Reuters e EFE